Identificação de 39 espécies de vegetação aquática, incluindo algumas raras ou ameaçadas em Portugal, aumento da riqueza de espécies da fauna local e controlo eficaz de espécies invasoras. São estes os principais resultados do relatório da Monitorização e Avaliação do Estado Ecológico do Charco do Parque Urbano do Picoto, em Braga, hoje apresentado publicamente.
Em comunicado, a autarquia explica que o relatório compreende as ações realizadas no charco, que serve como habitat para várias espécies aquáticas e terrestres, ao longo de 18 meses (entre junho de 2022 a dezembro de 2023), descrevendo a forma como foi efetuada a inventariação e monitorização da flora e fauna, o controlo de espécies infestantes e invasoras e a implementação de medidas para incrementar a biodiversidade.
Altino Bessa, vereador do Ambiente, sublinhou a relevância deste projeto pioneiro na promoção da biodiversidade e sustentabilidade ambiental numa área urbana: “Os charcos têm uma importância muito grande na biodiversidade e este tem sido acompanhado de uma forma profissional, inclusivamente com a introdução de espécies de vegetação aquática que estão praticamente extintas em várias partes do território, sendo o único charco artificial do todo o Minho que tem esta particularidade”.
O autarca anunciou a intenção de incluir este charco na Rede Nacional de Santuários para Aves da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves.
O vereador referiu ainda que o Monte Picoto é “um pulmão da cidade” que tem de ser “protegido e valorizado”. “Queremos garantir que existem sempre condições para este ser um refúgio natural, um santuário para que a biodiversidade aqui se possa desenvolver”, disse.
As medidas implementadas para a valorização do charco incluíram a instalação de vegetação aquática nativa e a criação de infraestruturas ecológicas, sendo acompanhadas pelo desenvolvimento de sessões de sensibilização ambiental dirigidas à comunidade.
Entre os resultados mais relevantes, destacam-se a identificação de 39 espécies de vegetação aquática, incluindo algumas raras ou ameaçadas em Portugal; o aumento da riqueza de espécies da fauna local, com registos de mamíferos como o coelho-ibérico, ou o ouriço-cacheiro; e o controlo eficaz de espécies invasoras, que representavam uma ameaça significativa ao equilíbrio ecológico do charco.
A iniciativa contou ainda com a presença de elementos da equipa responsável pela preservação do charco: João Ferreira (fotoarmadilhagem e controlo de invasoras), Virgínia Duro (morcegos e macroinvertebrados), Pedro Alves (herpetofauna e aves) e Jael Palhas (consultoria e plantas aquáticas).
O relatório pode ser consultado aqui.