CDU quer “libertar” redução dos passes da dependência do Orçamento do Estado

Política
Foto: DR / Arquivo

O dirigente comunista João Ferreira viajou hoje de manhã de elétrico entre a Praça da Figueira e o Cais do Sodré, em Lisboa, e defendeu a necessidade de “libertar” a redução dos passes da dependência dos Orçamentos.

Passavam poucos minutos das 10:00, quando João Ferreira, recuperado da covid-19, chegou à paragem da Praça da Figueira para subir a bordo do elétrico 15E, que faz a ligação entre esta praça e Algés.

A deputada comunista e ‘número dois’ da CDU pelo círculo eleitoral de Lisboa, Alma Rivera, já estava com o passe na mão, preparada para entrar, acompanhada pela deputada do PEV e ‘número quatro’, Mariana Silva.

O percurso foi curto e quando saiu no Cais do Sodré João Ferreira disse que fez a viagem para demonstrar que a “conquista” da redução tarifária dos passes sociais – 30 euros para um dos concelhos da Área Metropolitana de Lisboa (AML) e 40 para toda a AML – teve “um impacto tremendo” na vida de milhares de pessoas.

No entanto, o membro da Comissão Política do Comité Central do PCP e antigo eurodeputado considerou que ainda é possível ir mais longe.

“É necessário dar-lhe um caráter permanente [à redução do preço dos passes]. Até agora tem sido fruto de um programa de apoio à redução tarifária, que tem sido discutido todos os anos, no âmbito da discussão do Orçamento do Estado. Precisamos de libertar o passe social intermodal destas contingências de uma discussão anual”, sustentou.

A CDU propõe também a redução do preço do passe metropolitano para os 30 euros, eliminando a distinção que há atualmente entre quem viagem em apenas um dos concelhos da AML e quem percorre todos, e a gratuitidade até aos 18 anos.

Questionado sobre esta medidas estar circunscrita às áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, e algumas comunidades intermunicipais, o dirigente comunista respondeu que “é necessário que todo o país seja coberto” por estas medidas, mas adaptada às diferentes realidades nos transportes públicos.

Sem grande espaço para críticas a outras forças políticas na intervenção que fez, João Ferreira não deixou de apontar o dedo a PS e à direita pelo que considerou ser uma resistência “durante 20 anos” em aceitar esta redução tarifária.

No final, o antigo eurodeputado comunista disse que “pela “elevação nas campanhas eleitorais” e para priorizar o esclarecimento da população não iria “trazer” um animal de estimação para a campanha, assunto que disse ser “dispensável”.

João Ferreira está durante o dia de hoje a substituir o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, que deverá regressar na quarta-feira, depois de uma recuperação de cerca de duas semanas a uma operação de urgência à carótida interna esquerda.

Era suposto ter sido o também vereador da oposição na Câmara de Lisboa a participar nas ações de campanha que contavam com a participação de Jerónimo de Sousa desde o início, mas João Ferreira ficou infetado com o SARS-CoV-2 e o líder parlamentar comunista, João Oliveira, desempenhou essa função até à última segunda-feira.

A campanha da CDU foi-se revezando entre dois “Joões”, mas será Jerónimo de Sousa a finalizar a ‘volta’ da CDU.

 
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