A CDU de Braga exigiu, em comunicado, que a CIM do Cávado e a Área Metropolitana do Porto “reponham imediatamente” a ligação rodoviária direta entre Braga e Porto, via A3, que foi encerrada na sexta-feira.
“Exigimos que a CIM do Cávado e a Área Metropolitana, lideradas por autarcas do PSD e do PS, respetivamente, encontrem uma solução com vista à reposição imediata da carreira”, diz a coligação liderada pelo PCP, recordando que “centenas de utilizadores que se serviam do autocarro para se deslocarem de Braga até ao Porto, pela A3, perderam este serviço”.
A CDU lembra que “há relatos de utentes cujos empregos e acesso a serviços públicos ficam postos em causa com o fim desta carreira” e assinala que “esta situação resulta do facto de a UNIR, a nova rede de transportes rodoviários do Grande Porto, não contemplar uma linha equivalente à existente”.
Prossegue, dizendo que “este serviço é de grande relevância para as populações, pois, segundo é conhecido, vendia cerca de 1.500 passes e 18 mil bilhetes de bordo, em cada ano”.
Os comunistas dizem, ainda, que se tem assistido “a uma troca de argumentos no plano público entre a CIM do Cávado e a Área Metropolitana do Porto, mas não há ainda qualquer indicação sobre a reposição do serviço”, e classifica como “inadmissível que a situação não fosse antecipada e acautelada, ficando as populações subitamente sem soluções”.
E a concluir: “A CDU levará este assunto à próxima reunião da Câmara de Braga e expressa a sua solidariedade com os utentes afetados, apelando à sua mobilização na defesa da reposição da carreira”.
Área Metropolitana fechou a linha
Conforme O MINHO noticiou, na quinta-feira, a Comunidade Intermunicipal do Cávado (CIM-Cávado) pediu à Área Metropolitana do Porto que não encerre a linha de autocarro Braga/Porto (via auto-estrada A3) que é usada diariamente por centenas de pessoas. Mas o organismo portuense diz que não volta atrás. “A nova rede UNIR não contempla linha equivalente com ligação entre Braga e Porto, pelo que esta deixará de ser assegurada, a partir de 01 de dezembro, pelas linhas da AMP” , respondeu.
“Lamentável. Espero que AMP cumpra as suas obrigações legais e dê sequência a este serviço”, declarou a O MINHO o presidente da CIM-Cávado e da Câmara de Braga, Ricardo Rio.
Por sua vez, Ariana Pinho, secretária-executiva da AMP, disse que “a manutenção da linha compete à CIM do Cávado ou à do Ave” e garante que, desde 2019, a rede da AMP não contempla essa ligação, até porque ela serve, maioritariamente, os cidadãos da zona de Braga ou do Vale do Ave. “Não há acordo nenhum nesse sentido. É uma licença provisória que agora caduca com a entrada definitiva da nossa rede”, salientou.
Esta tese é rejeitada pela CIM Cávado que lembra o protocolo assinado em 2019 entre as duas entidades, no qual se diz que a contratação da Linha tem em conta a zona com mais quilómetros, ou seja, a do Porto.
Pedida reabertura
A CIM do Cávado apelidou de “injustificável” a decisão da Área Metropolitana do Porto (AMP) de acabar com a linha de autocarro entre Porto e Braga que funcionava desde 2019.
“Do ponto de vista da Coesão Territorial, e das obrigações que a AMP tem para com as entidades intermunicipais congéneres e com toda a região Norte, esta decisão é injustificável”, argumenta a CIM.