Bloqueios, desacatos e GNR em mais um capítulo da ‘guerra’ entre os irmãos Correia

Empreiteiros de Braga

A GNR foi chamada a intervir, este sábado, em Celeirós, Braga, para sanar conflitos entre diversos elementos da Família Correia, deparando-se com trocas de acusações dos industriais da construção civil, tendo sido colocada uma carrinha de caixa aberta da Arlindo Correia & Filhos (ACF), em frente a uma outra, da Socicorreia, afirmando os responsáveis da Socicorreia “tratar-se de um ato de sabotagem”, o que foi negado por Filipe Correia, da ACF.

Segundo fontes da GNR revelaram a O MINHO, ao fim da manhã foi acionada a patrulha às ocorrências do Posto Territorial de Braga, por parte de um dos ramos da família, segundo o qual estariam a preparar-se para retirar algo do edifício, situado na Fase 2 do Parque Industrial de Celeirós, em Braga, o que não foi confirmado pelos militares, que, entretanto, se depararam com queixas da existência de um automóvel a tapar o acesso da garagem do edifício.

Ainda de acordo com as informações policiais, o proprietário do carro foi instado a retirar o veículo, o que fez, só que logo a seguir foi estacionada no mesmo local uma carrinha de caixa aberta da ACF, mas aí a Guarda Nacional Republicana optou por não voltar a intervir, para não exaltar ainda mais os ânimos, acabando, no entanto, com os desacatos, retirando-se do local Filipe Correia e o seu pai, António Correia, mais velho dos Irmãos do Clã Correia.

Entretanto, ao fim da tarde deste sábado a empresa Socicorreia emitiu um comunicado em que se queixa “dos atos de vandalismo de que temos sido vítimas frequentemente, o último dos quais começou já na sexta-feira, tendo-se repetido mais um boicote, ao início do dia de hoje, dia 10 de dezembro de 2022, com o bloqueio do acesso à nossa garagem, quando procedíamos à limpeza semanal dos espaços exteriores, um trabalho que conseguiram frustrar”.

“Primeiramente, António Correia e Filipe Correia, que são pai e filho, impediram-nos de continuar com a limpeza, tentando ao mesmo tempo provocar estragos no nosso edifício, mas depois chamaram a GNR, alegando tentativas de retirar bens da massa insolvente da ACF, conseguindo assim ambos passarem impunes aos atos de vandalismo a que se têm vindo a dedicar, sempre com os mesmos métodos e os mesmos subterfúgios”, salienta a Socicorreia.

A Socicorreia, no comunicado, “lamenta a passividade da GNR de Braga”, referindo-se ao facto de a patrulha do Posto Territorial de Braga “não ter mandado retirar o segundo veículo a obstaculizar o acesso à nossa garagem”, o que, na perspetiva da empresa “contraria o que é a obrigação dos agentes da autoridade, uma vez que continua, durante toda a tarde, a impedir o acesso a um espaço público, podendo inclusivamente causar acidentes de viação”.

“Estivemos um dia sem trabalhar graças à passividade da GNR de Braga, que permitiu manter-se uma camioneta de caixa aberta a ocupar um espaço público e colocando-se em perigo a circulação rodoviária nesta zona industrial, demitindo-se das suas funções de ordem pública, não fazendo cumprir a lei, nem o Código da Estrada, perante um ato de sabotagem contra a nossa empresa e os nossos trabalhadores”, acrescenta-se no comunicado da Socicorreia.

Filipe Correia não comenta comunicado

Filipe Correia. Foto: Joaquim Gomes / O MINHO

Entretanto, Filipe Correia, da ACF, não comentou a versão da Socicorreia, quando o interpelamos nas imediações do local do incidente, ocorrido na Fase 2 do Parque Industrial de Celeirós, em Braga, mas, entretanto, fez questão “de a negar terminantemente”, salientando que “oportunamente faremos a explanação e a comunicação dos factos que confirmam a verdade”, dando conta que “todas essas questões estão a ser discutidas nas instâncias judiciais”.

 
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