A candidatura das Festas de S. João de Braga a Património Cultural Imaterial vai ser hoje formalizada para “inventariar e salvaguardar” práticas de forma a “não se perder” tradições e “traços identitários” que remontam ao século XII.
Em declarações à Lusa, o presidente da Associação das Festas de S. João de Braga, Rui Ferreira, explicou que a formalização daquela candidatura junto da Direção do Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, que vai decorrer numa cerimónia pelas 21.30, no Auditório do Hospital de São Marcos, é o “corolário” de um trabalho de cinco anos.
“Esta candidatura foi sendo elaborada sem ser de um momento para o outro, houve recolha de elementos, inventariações várias. Estamos a falar de exposições que fomos organizando sobre diversas temáticas, com os respetivos catálogos, o levantamento histórico que entretanto foi feito e que está editado em livro, documentário em vídeo, CD com reportório associado às festas, cartazes, todo este trabalho tem agora o seu corolário e o seu momento”, afirmou o responsável.
Segundo explicou Rui Ferreira, o S. João de Braga assenta em “tradições muito ancestrais” que se querem salvaguardar: “Os primeiros vestígios do s João de Braga recuam ao século XII com a criação da paróquia de S. João do Souto”, apontou.
“No século XVII surge uma capela por causa da corrida do porco preto, para celebrar uma missa para serenar os ânimos, no século XVI já era uma das sete festas estatutárias da cidade, portanto que eram obrigatórias, e acabou por se tornar a principal festa da cidade no século XVII havendo várias manifestações dessa realidade”, explanou.
Rui Ferreira defendeu que o S. João de Braga “é inequivocamente uma manifestação com história diferenciada de outras práticas que desde logo apresenta elementos originários de Braga” como “desde logo as ornamentações, a dança do rei David, o carro das ervas, a procissão de S. João com a batalha das flores ou encontro de gigantones e cabeçudos”.
A candidatura hoje formalizada pretende assim ser uma garantia do respeito pelas tradições são joaninas de Braga.
“É a forma de inventariar o S. João de Braga e salvaguardar as suas práticas para não se perder o nosso património imaterial e para que não se deturpe aquilo que é relevante”, finalizou.