Três perguntas a José Manuel Faria, candidato do Chega à Câmara de Amares nas eleições autárquicas de 26 de setembro de 2021.
Os anos de 2020 e o de 2021 foram complicados para todo o país e também para os Municípios. Como valora a gestão municipal em Amares no que vai deste mandato?
Todos, de forma transversal, sentimos as dificuldades na vida, quer pessoal, quer empresarial e institucional. A Autarquia não poderia ter fugido à regra.
No plano social penso que a Autarquia fez o seu papel, contando com a colaboração de todos os agentes do concelho, desde logo com as juntas de freguesia, instituições de solidariedade social e outras.
Porém, não concordo que a crise pandémica possa ser desculpa ou atenuante para a inércia sentida em várias ações sociais. Aliás, lembro que a maior obra urbanística do concelho, que foi a requalificação da Praça do Comércio, em Ferreiros, foi executada em plena pandemia. A exemplo desta, outras poderiam ter sido executadas, o que seria benéfico para o custo das mesmas pois, sabemos que, a poucos meses de eleições e com o grande fluxo de obras, os preços disparam e as regras são adulteradas, sempre com o prejuízo indireto dos amarenses.
Eu prefiro fazer uma avaliação global do mandato e referir que se tratou de um mandato desastroso, quer no que respeita a organização, quer no que respeita a planeamento.
Para isso contribuiu uma prestação sem estratégia, sem visão de futuro, sem aproveitamento de recursos e sem preparação para os novos desafios e novas oportunidades que vão surgir. Este desnorte verificou-se nas diversas áreas, das quais realço a preparação do concelho estruturalmente para o seu desenvolvimento e ainda a falta de visão e organização de toda a ação social no concelho, no qual pontificam diversas instituições, exemplares no seu trabalho, mas, simultaneamente, sem um fio condutor que permita rentabilizar e valorizar o mérito. Numa altura em que ao Município é dada mais delegação de competências, nesta área, exige-se uma definição estratégica clara e eficaz, que permita um aproveitamento cabal de todos os recursos, em benefício de toda a população.
Acresce ainda a falta de política e estratégia no que concerne à habitação social, uma carência evidente no concelho e uma realidade notória que dificulta seriamente uma boa parte da população do concelho. Temos alguns polos de habitação social, como por exemplo o da freguesia de Dornelas, mas que é notoriamente insuficiente para o flagelo a que assistimos.
Que propostas teria apresentado se estivesse na vereação? O que ficou por fazer?
Esta é uma pergunta que encaixaria como uma luva se fosse efetuada à atual oposição ao executivo liderado pelo Manuel Moreira. Estou a falar dos vereadores da oposição Pedro Costa e Emanuel Magalhães que, como oposição, poderiam responder e explicar o porquê de terem sido uma oposição tão frágil e tão pouco exigente, pelo menos pelo que se vê em termos de posições em relação às políticas praticadas pelo Executivo como também pela falta de propostas objetivas que, embora, pudessem ter sido rejeitadas, poderiam servir para o futuro e para marcar a sua posição construtiva na oposição.
Eu, pessoalmente, não me vou remeter para o passado, porque não é da minha responsabilidade, mas serei no futuro um interveniente na política do concelho, e aí terei oportunidade de colocar em prática uma forma diferenciada de fazer política, uma atitude diferente de encarar os reais problemas do concelho de Amares e a marcação de uma nova era, na qual os problemas estruturais do concelho, o planeamento das políticas a praticar, a forma corajosa e ambiciosa de encarar o futuro, as novas oportunidades e os novos desafios, serão, de certeza, uma rutura com o passado e um ponto de viragem para um concelho moderno, capaz de seduzir investimento, virado para o futuro, no qual os jovens se irão rever e sentirão uma grande esperança de acreditarem que será no concelho de Amares que farão o seu futuro e dos seus filhos e aí fixarão as suas vidas. Para isso convido a olharem para o programa que a minha candidatura apresenta, nas mais variadas vertentes, e sentirão que o futuro do concelho de Amares passa por nós e sentimos, cada dia que passa, que juntos com os amarenses, construiremos o concelho que será o nosso orgulho e que constituirá o futuro risonho de todos.
Olhando para o nosso programa verificamos que teríamos apresentado variadas propostas no sentido de preparar o concelho para os novos tempos, para os novos desafios que estão plasmados no quadro 2030 e, concretamente, no Plano de Recuperação e Resiliência e, essencialmente na preparação do concelho para receber as vantagens daquele plano, designadamente em lutar pela classificação do concelho de Baixa Densidade, para que os investidores e a própria autarquia possam colher os benefícios fiscais e as majorações nos respetivos projetos. Também teríamos lutado e vamos lutar para que seja referenciado no concelho um local para desenvolver um parque industrial em condições apelativas para os investidores e assim promover riqueza no concelho, postos de trabalho e, consequentemente, a fixação dos jovens.
O Chega candidata-se pela primeira vez à Câmara de Amares. Que contributo traz ao concelho e à sua governação?
O Chega candidata-se a primeira vez porque não existia nas eleições de há quatro anos. Mas foi o partido que me convidou para liderar uma candidatura à Câmara Municipal de Amares. Estou agradecido, à Distrital de Braga e à concelhia de Amares, pela confiança em mim depositada e pela oportunidade que me foi concedida. Sem este impulso não teria oportunidade de propor e defender um novo projeto político ambicioso para o concelho.
Todos sabemos que as candidaturas autárquicas são candidaturas de pessoas e não de partidos. São candidaturas de cidadãos. A exemplo das outras candidaturas, não vamos defender ideologias partidárias, mas sim um projeto para o concelho e para as pessoas do concelho. Por isso a minha base de apoio são as pessoas, seja qual for a sua cor partidária, e é para todas que eu pretendo propor uma forma diferente de fazer política e um trabalho com muita ambição e competência, tendo em conta os novos desafios e os novos tempos que teremos pela frente