O Caminho Português da Costa está já requalificado e sinalizado, sendo o próximo passo o envolvimento de mais agentes, de modo a que estejam capazes de esclarecer dúvidas dos peregrinos.
O Caminho Português da Costa – que integra os Caminhos de Santiago – liga Porto a Valença, unindo um total de dez municípios, com início no Porto, passando por Matosinhos, Maia, Vila do Conde, Póvoa de Varzim, Esposende, Viana do Castelo, Caminha, Vila Nova de Cerveira e Valença, tendo representado um investimento de 2,2 milhões de euros.
“Em 2016, com as candidaturas ao [programa] 2020, surgiu esta oportunidade, que foi uma candidatura feita com o enfoque no turismo, embora a temática do Caminho Português da Costa tenha muito a ver com a área da cultura. Em maio, apresentámos a candidatura, soubemos em outubro o resultado e, desde então, estamos a trabalhar”, explicou à agência Lusa a vereadora da Câmara Municipal de Viana do Castelo, Maria José Guerreiro.
Na requalificação e sinalização do percurso, houve uma “grande preocupação” em criar uma “sinalética uniformizada para que o peregrino reconheça o caminho e não se perca”, disse hoje, na apresentação pública do Caminho Português da Costa, um projeto liderado pela Câmara Municipal de Viana do Castelo.
Por outro lado, foi elaborado um guia do peregrino e desdobráveis com informações úteis ao caminhante, além de ter sido disponibilizada uma aplicação para telemóvel, através da qual os peregrinos podem construir o seu próprio caminho.
Na apresentação do Caminho Português da Costa, que ocorreu hoje na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), a vereadora Maria José Guerreiro admitiu que ainda há muito a fazer e sublinhou que o próximo passo é ligar o caminho à comunidade.
Isto significa garantir que os vários agentes, presentes nos dez municípios, estejam informados acerca do percurso e saibam esclarecer eventuais dúvidas dos caminhantes.
“Nós notamos que, apesar de tudo, em determinados locais encontramos pessoas que estão à frente de bibliotecas ou à frente de museus que ainda não sabem o que está a acontecer e, portanto, queremos envolver essas pessoas no projeto, para que elas também possam ter uma comunicação mais fácil e coerente com aquilo que se está a fazer”, disse a vereadora, em declarações à Lusa.
Maria José Guerreiro referiu, ainda, que, hoje em dia, grande parte das pessoas já “faz o caminho por uma questão que não tem a ver com religião”, mas sim por uma “questão de alternativa, lazer, reflexão pessoal e também muito numa perspetiva da cultura, do demorar”.
Segundo a autarca, atualmente o peregrino apresenta novas necessidades, pelo que não caminha tanto na perspetiva do sacrifício e “já quer ir ao restaurante, ao hotel, ou até a um Spa”.
“As pessoas chegam a um determinado local e são capazes de ficar um dia, dois dias. Isto para o turismo, para as atividades económicas, para toda a conjuntura local, é muito bom, dinamiza muito. A pessoa já não para só para dormir, mas no dia seguinte é ainda capaz de ir visitar”, acrescentou, notando que o Caminho Português da Costa tem fomentado “novas oportunidades de negócio”.
De acordo com o ‘site’ do Caminho Português da Costa, trata-se de um percurso de 149,5 quilómetros, com uma duração média de sete dias e de dificuldade média-baixa.