Martin, o menino de 13 anos de Caminha que ficou incapaz de andar e falar após o carro onde seguida ter sido abalroado por um comboio, em dezembro de 2020, começou esta segunda-feira a fazer tratamentos na câmara hiperbárica da Marinha.
Amaya Guterres, mãe de Martin, contou ao Jornal de Notícias (JN) que a iniciativa partiu dos responsáveis da própria Marinha “que souberam do caso e se interessaram em ajudar o Martin”.
É “uma porta de esperança” para a possível recuperação do filho, considera a mãe, adiantando que o menino vai fazer 40 sessões.
E, ainda em declarações ao JN, acrescenta: “A câmara hiperbárica não deixa de ser um estudo experimental, tanto para a Marinha, como para este tipo de casos, até porque não há muitas pessoas com este tipo de lesões a serem tratadas”. Porém, acrescenta, “há crianças com lesões cerebrais que fizeram este tratamento e tiveram grandes progressos”.
Para já, os custos dos tratamentos são assegurados pelos pais com a ajuda da onda solidária, mas, aponta a mãe, “podiam ser assegurados pelo Estado”. “Bastava que um médico do Martin se responsabilizasse e fizesse o pedido. Para já assumimos nós as despesas, mas depois ainda vamos tentar”, afirma ao JN.
Como O MINHO noticiou, Martin sofreu um grave acidente, em 16 de dezembro de 2020, quando a viatura onde seguia foi abalroada na passagem de nível de Lampejão, freguesia de Moledo e Cristelo, em Caminha, por um comboio inter-regional que fazia a ligação entre Valença e Viana do Castelo.
Esteve nove meses em coma e agora vive ligado a uma máquina de apoio respiratório, encontrando-se dependente para todas as funções normais do dia-a-dia.
Na altura, fonte da GNR adiantou que “ainda no local a criança foi sujeita a manobras de reanimação, tendo sido transportada ao hospital de Santa Luzia”, na capital do Alto Minho, passando depois para uma Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) num hospital do Porto, entrando em coma.
“O ferido grave, que seguia no banco traseiro da viatura, é amigo da criança de 11 anos que seguia, na frente, ao lado da mãe, condutora da viatura. Mãe e filho não sofreram ferimentos, mas a mulher foi transportada ao hospital de Viana do Castelo para receber assistência psicológica”, especificou a fonte da GNR.
A Infraestruturas de Portugal garantiu que “tanto os sinais sonoros como o mecanismo que aciona as barreiras da passagem de nível funcionaram”.
Devido aos custos dos tratamentos, os pais pediram publicamente ajuda e o caso acabou por gerar uma enorme onda de solidariedade em todo o país.