Umas dezenas de manifestantes do movimento “Os Mesmos de Sempre a Pagar” reuniram-se esta manhã, a partir das 08:15, no espaço central da alameda dr. Alfredo Pimenta, junto à Escola Secundária Francisco de Holanda, em Guimarães, para protestar contra o aumento do custo de vida. O objetivo era desencadear um buzinão, mas a maioria das buzinas que se ouviram não eram de carros, mas sim as dos manifestantes apeados. Um entre outro automobilista associava-se, mas eram casos isolados.
Cerca de trinta manifestantes, abrigados com os seus guarda-chuvas, empunhavam cartazes em que se lia “buzinão contra o aumento do custo de vida”, virados para os automobilistas obrigados a parar nos semáforos. Um ou outro passante dava uma apitadela que logo se perdia, quando o verde se acendia e o carro se afastava.
Buzinas, contudo, não faltaram, já que os manifestantes levaram as suas acionadas a ar e não se coibiram de as usar. “Os que nos traz aqui é fazer um buzinão contra o aumento do custo de vida”, afirma Lurdes Leite, em representação dos manifestantes, empunhando um cartaz do movimento. “Está tudo a aumentar, não só os combustíveis. Começa nos fósforos, vai pela pimenta, pela canela e o sal, o gás a água a luz. Acho que não há nenhum produto que se possa dizer que não aumentou e o problema nem é esse, é que aumenta uma, duas três vezes, não se sabe como”, protesta.
Lurdes Leite aponta para um aproveitamento da situação para fazer especulação com os preços. “Temos de andar à procura, porque o mesmo produto está a preços diferentes em dois ou três lugares”, aponta. “A população está-se a ver às aranhas para lidar com esta situação. Pega-se numa nota de 20 euros e ela já não dá para comprar nada”, constata.
Para os manifestantes, “o grande culpado é o Governo”, porque já havia aumentos antes da guerra na Ucrânia, mas logo que começou “aproveitaram a desculpa para dizer que era mais caro produzir, mais caro ir buscar”. Querem que o Governo controle os preços. “Não pode ser cada um a aumentar quando lhe apetece, como lhe apetece”. Segundo Lurdes Leite, “o Governo pode ainda aumentar os salários e as pensões, mas sobretudo deve controlar os preços”.