A empresa de aluguer de trotinetas partilhadas CIRC já concluiu o período de quatro semanas de testes na cidade de Braga e o resultado é “muito positivo”, disse esta quarta-feira a O MINHO o diretor-geral, Felix Petersen.
Durante uma apresentação informal aos jornalistas em um dos 25 pontos de partilha deste meio de transporte, foi ainda anunciada a implementação de mais 25 pontos de partilha, como já havia avançado O MINHO em primeira mão, com a novidade de alguns desses pontos ficarem localizados no campus da Universidade do Minho, em Gualtar.
Atualmente, estão disponíveis cerca de 150 veículos deste tipo, havendo a estimativa que, até novembro, passem a circular em Braga 400 exemplares da CIRC.
Felix Peterson deixou elogios à cidade e aos utilizadores, adiantando que Braga está no cimo do número de quilómetros de utilização diária entre as 12 cidades onde a empresa implementou este modelo.
O diretor-geral, de nacionalidade alemã, mas radicado em Portugal há vários anos, destaca dois pontos “chave” para que esta implementação esteja a ter um sucesso repentino.
“Estamos a trabalhar em conjunto com a Câmara de Braga e esta tem sido muito rápida a colocar locais de estacionamento ao serviço das trotinetas e isso é importante”, destacou.
João Rodrigues, vereador que tem acompanhado a implementação deste modelo na cidade, publicou, há dias, uma nota nas redes sociais destacando o sistema da CIRC, dando a entender que veio mesmo para ficar.
Outro dos pontos a rodar a favor da cidade dos Arcebispos passa pela experiência (bem sucedida, segundo Felix) da implementação de trotinetas com pneus de ar, com outro tipo de suspensão, “ideal para estradas com pedra de calçada como é o caso do centro de Braga”.
Felix Petersen destaca ainda o bom comportamento, em termos gerais, dos utilizadores, que têm, na sua grande maioria, estacionado corretamente os veículos nos hotspots disponíveis, embora não sejam ainda suficientes para evitar “algumas falhas”.
Através das redes sociais, foram divulgadas algumas imagens, por diferentes utilizadores, de trotinetas abandonadas em certos locais da cidade, distantes dos pontos de estacionamento.
Todavia, a CIRC conta com uma equipa de 25 elementos que se dedicam à reparação e recuperação das trotinetas, devendo esses avistamentos serem cada vez em menor número na cidade, garante o responsável.
“A partir do final de outubro já devemos ter duplicado os pontos de partilha o que fará com que existam cada vez menos trotinetas perdidas“, assegura.
Outra das novidades anunciadas pelo diretor-geral consiste na criação de uma academia de formação para os utilizadores, onde serão distribuídos capacetes de forma gratuita, mas também para agentes da autoridade, que podem compreender melhor a forma de atuar.
Felix explica que, por ser uma novidade, ainda há alguns utilizadores que não conhecem algumas regras importantes, como é o caso da utilização de capacete ou de que não podem circular em passeios nem nas zonas pedonais da cidade, como é o caso da Rua do Souto ou da Avenida da Liberdade.
Contudo, Felix Petersen acredita que, “em pouco tempo”, os hábitos vão mudando, e que a própria implementação deste sistema de transporte pode ajudar à reformulação da cidade de Braga em termos de mobilidade, com a criação de mais ciclovias, onde é permitida a circulação de trotinetas, e a redução de vias para automóveis.
“Na Holanda, a utilização de bicicleta ou trotineta decorre sem quaisquer problemas, porque as cidades são pensadas para este tipo de transporte, mas em Portugal ainda há a necessidade dessa mudança, e estou em crer que a proliferação deste sistema pode ajudar os responsáveis da cidade a efetuar melhorias”, acrescenta.
Vandalismo
Felix deixa o apelo aos habitantes de Braga para que, caso vejam alguma trotineta a ser vandalizada ou até fora dos locais de estacionamento, denunciem a situação às autoridades.
“É importante que as pessoas percebam que vandalizar uma trotineta é crime, da mesma forma como o é em relação a viaturas automóveis. Se alguém vê uma pessoa a vandalizar um carro, chamam a polícia. E queremos que as pessoas pensem o mesmo em relação às trotinetas, porque isto não é um brinquedo, é um meio de transporte e é propriedade privada”.
O responsável adianta que está prevista uma reunião durante a próxima semana com a PSP para expor algumas situações de trotinetas roubadas. “Mas é importante que as pessoas percebam que é um crime”, vincou.
Instalação na Universidade do Minho e junto a residências universitárias
Gustavo Silva, City Manager da CIRC para o Norte de Portugal, explica que existem já negociações com a UMinho para facultar descontos aos estudantes que utilizem este meio de transporte.
“Hipoteticamente, poderemos ter locais de partilha junto às residências universitárias, mas ainda estamos em negociações”, disse.
Gustavo conta que, para a implementação dos novos pontos, a empresa está “a trabalhar com a Câmara e ainda não existe uma data definida”, mas “tendo em conta que existe cada vez mais procura por parte de estudantes”, o responsável aponta “algumas semanas” para a implementação desses novos espaços.
Atualmente, a CIRC contabiliza cerca de 10.000 quilómetros percorridos nas últimas quatro semanas pelas 150 trotinetas disponíveis, esperando que esse número duplique com a implementação de novos veículos deste género.
Notícia atualizada com a palavra trotineta, erradamente escrita anteriormente como trotinete