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“Carros como só nós”
A SÓ BARROSO comemorou, este sábado, 40 anos e fê-lo com a apresentação do “rebranding”, num momento festivo em que reuniu, nas suas instalações, família, amigos, colaboradores e parceiros. Tendo sobrevivido a várias crises e flutuações do mercado, a SÓ BARROSO apresenta-se com uma imagem jovem, reforçada pela máxima: “carros como só nós”.
40 anos em revista
Américo e Paulo Barroso passaram em revista os bons e os maus momentos porque passaram para fazerem da SÓ BARROSO uma referência nacional no setor e não se esqueceram de agradecer aos que com eles partilharam essa jornada, numa altura em que já se prepara a sucessão na empresa.
Américo Barroso nasceu na pequena aldeia de Busteliberne, na serra da Cabreira, no concelho de Cabeceiras de Basto. O pai teve sete filhos, cinco deles rapazes e o seu maior sonho era fazer de pelo menos um deles lavrador.
Américo trocou-lhe as voltas desde muito cedo.
“O meu pai negociava em gado e tinha vários camiões, todos comprados a um vendedor da Datsun [atualmente Nissan]. Esse senhor, quando aparecia na propriedade, vinha sempre de fato, sapato engraxado, impecavelmente vestido. Aquilo tinha um efeito sobre mim, enquanto miúdo, eu revia-me no que aquele homem fazia, queria ser como ele”.
Américo Barroso, SÓ BARROSO
“Aos 17 anos escrevi um pequeno livro em que, através de uma personagem fictícia, eu previa trabalhar em automóveis”, confessa Américo Barroso.
Vendeu o primeiro carro, em 1984, com 23 anos, um Toyota Corrolla, e desde esse momento, nunca mais parou.
“Comecei com cinco pessoas, em pequenos passos”, recorda.
Atualmente, são cerca de 40 funcionários, 30 dos quais licenciados e, em 2022, a SÓ BARROSO ficou em 9º lugar entre as 50 melhores empresas para trabalhar, em Portugal, distinção que acumula desde 2017.
Detalhes como a oferta do almoço, a possibilidade de cada colaborador poder programar o seu horário, seguros de saúde e um fundo para fazer face a imprevistos, fazem a diferença para quem trabalha na Só Barroso.
Em 2000, Américo convidou para ser seu sócio o irmão e afilhado, Paulo Barroso. O filho mais novo acabou por também desiludir o pai, escolhendo os automóveis em vez da lavoura. Nem um nem outro escondem a importância dos laços familiares no sucesso da SÓ BARROSO.
“A empresa cresceu muito com a entrada do Paulo, tornou-se num grupo”, reconhece Américo Barroso.
Para que a SÓ BARROSO pudesse vender “carros como só nós”, nasceram a Ibericar, dedicada ao recondicionamento e à manutenção e a Iberimed, a atuar nos mercados dos seguros e da intermediação de crédito.
A segunda geração já vende carros
Américo Barroso brinca com o facto de ser, hoje, “um dinossauro do mercado automóvel”, membro da direção da ANECRA – Associação Nacional das Empresas de Comércio e Reparação de Automóveis. Reconhece que os próximos 20 anos já não serão consigo e que o momento é de transição na liderança do grupo.
O próprio Paulo Barroso vai avisando a geração dos seus filhos e sobrinhos que “já não vou para novo”, mas promete ficar mais uns anos.
Entretanto, a segunda geração já começa a tomar as rédeas da empresa. Pedro Barroso é o diretor de marketing, responsável pelo “rebranding” que irá marcar a identidade da SÓ BARROSO a partir de agora; João Barroso está no departamento de vendas e foi o comercial que vendeu mais carros no mês de maio (31); Joana Barroso ocupa um lugar no departamento financeiro.
Américo e Paulo têm noção de que, apesar da solidez da empresa – as novas instalações, com nove mil metros quadrados, inauguradas em 2019, estão pagas, só trabalham com capitais próprios e pagam todos os serviços prestados na hora -, o futuro do setor apresenta grandes desafios que a próxima geração terá de enfrentar.
“Há uma mudança muito grande com a transição para o elétrico, sem estruturas. O consumidor fica confundido. O cliente de um carro elétrico não sabe quanto é que ele vai valer passados dez anos, nem se ele vai funcionar”, aponta Américo Barroso.
Uma nova imagem para o futuro
Pedro Barroso, um dos rostos do futuro, esteve à frente do processo que, ao longo de um ano, conduziu à mudança da identidade gráfica da SÓ BARROSO.
“Crescemos muito enquanto marca e, a certa altura, quando mudamos para as novas instalações, percebemos que a nossa imagem já não correspondia a essa dimensão que alcançamos”.
Pedro Barroso, SÓ BARROSO
Com pequenos ajustes, a imagem que usavam era ainda aquela com que começaram há 40 anos.
“O que fizemos agora foi realmente um ‘rebranding’, mudando, não só o logotipo, mas toda a forma como nos apresentamos e comunicamos com as pessoas”, refere.
A SÓ BARROSO passa a apresentar-se em tons de violeta, refletindo: “a ambição que nos caracteriza; a sabedoria com que tomamos as nossas decisões; a sofisticação que nos define”, nas palavras do fundador.
Para celebrar os 40 anos e marcar o arranque desta nova imagem, a SÓ BARROSO reuniu, nas suas instalações, a família, os amigos, os colaboradores e os parceiros, “alguns com mais de trinta anos”.
“O sucesso não se mede do ponto de vista financeiro, mas sim no impacto positivo que criamos na vida das pessoas com quem trabalhamos. Ao longo destes anos, não montamos uma empresa, criamos uma comunidade”.
Américo Barroso, SÓ BARROSO
Ligação às raízes
Em dia de festa, Margarida Barroso (esposa do fundador) foi chamando ao palco Joaquim Barreto, presidente da Assembleia Municipal de Cabeceiras de Basto e ex-presidente da Câmara e deputado da Assembleia da República, Fernando Basto, atual vice-presidente da Câmara e o presidente da Junta de Cabeceiras de Basto (S.Nicolau), José Carlos Rebelo.
Se é verdade que a SÓ BARROSO é, hoje, uma empresa de referência nacional, uma força do distrito, parceira do SC Braga, é notório que os seus sócios não se esqueceram de onde vieram.
De todas as palavras elogiosas proferidas, talvez as mais significativas tenham sido as do voto de louvor à empresa, votado pela Assembleia de Freguesia de Cabeceiras de Basto. Foi com indisfarçável emoção que Margarida, Américo e Paulo Barroso receberam este louvor.
Lembrando a oferta da primeira carrinha de nove lugares, as facilidades na compra da segunda e as manutenções gratuitas e as manutenções gratuitas de todas as viaturas da Junta, a ajuda a uma instituição de apoio a pessoas com deficiência, entre outras benfeitorias, Carlos Basto resumiu tudo numa frase: “Era possível ser presidente da Junta sem a Só Barroso? Sim, mas seria muito mais difícil”.
“Do nosso pai herdamos bases fortíssimas: seriedade e palavra são valores inegociáveis. Ensinou-nos também o principal ser da vida: vaca não dá leite, é preciso tirar”.
Paulo Barroso, SÓ BARROSO
Joaquim Barreto atesta esta cultura de trabalho abnegado, com a história de uma colaboradora que comprou um carro na Só Barroso a um domingo.
É esta a promessa que a empresa deixa aos seus clientes para continuar a vender “carros como só nós”.