Uma exposição, que é inaugurada esta terça-feira, em Braga, ‘viaja’ pelo mundo das partículas e dos detetores, que ajudam a ‘vê-las’, uma iniciativa das comemorações dos 30 anos do Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas (LIP).
“Partículas: do bosão de Higgs à matéria escura” inclui sete módulos, sobre a história do LIP, os detetores de partículas e, claro, as partículas: os ‘quarks’ e os gluões, o bosão de Higgs, a antimatéria, os neutrinos e a matéria escura.
A mostra contém painéis explicativos, mas também modelos interativos, como um detetor de raios cósmicos (partículas de alta energia que se deslocam a velocidades próximas da luz) e um simulador de um acelerador de partículas, com o qual “os visitantes são convidados a acelerar os protões com a energia de um pontapé”, e depois “conversar sobre os resultados da colisão”.
O coordenador para a divulgação do LIP, Pedro Abreu, disse que a exposição, direcionada para estudantes, para os motivar para a investigação nesta área, propõe-se abordar os “desafios na física de partículas”, o que se sabe e o que não se sabe, e as perguntas para as quais não há ainda resposta.
A exposição, que vai estar patente em Braga, na Universidade do Minho, até 09 de março, segue depois para o Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, de 05 a 23 de abril, e para a Universidade de Lisboa, de 02 a 25 de maio.
A 09 de maio, dia em que o LIP faz 30 anos, haverá um sessão pública com uma palestra proferida por Rolf Heuer, ex-diretor-geral do CERN – Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear, da qual Portugal faz parte e que gere o maior acelerador de partículas do mundo, o LHC, onde, em 2012, foi confirmada a existência de uma nova partícula elementar, o bosão de Higgs.
O Universo é composto por partículas elementares que interagem entre si. O físico só consegue ‘vê-las’ através dos rastos (de energia) que deixam nos detetores.
Os quarks e os gluões, explica o LIP no material de apoio à exposição, são partículas elementares de que são feitos os protões e os neutrões, que, juntamente com os eletrões, formam os átomos que compõem a matéria, incluindo a de que os humanos são feitos. Ao contrário dos protões e neutrões, os eletrões são indivisíveis.
A antimatéria é formada por partículas elementares que constituem as chamadas antipartículas. Para cada partícula de matéria existe uma antipartícula semelhante, mas com carga elétrica oposta: o eletrão, por exemplo, de carga negativa, tem como antipartícula o positrão, de carga positiva.
As antipartículas resultam da diminuição de materiais radioativos ou de colisões de raios cósmicos com a atmosfera terrestre.
Os neutrinos são a segunda partícula mais abundante no Universo, logo a seguir aos fotões, e “estão constantemente a ser produzidos em reações nucleares, que acontecem no interior das estrelas”.
Uma vez que praticamente não interagem com a matéria, são difíceis de detetar, podendo “facilmente atravessar a Terra e as estrelas sem ser perturbados, trazendo informação importante sobre o Universo”, assinala o LIP.
A matéria escura é a matéria invisível que exerce uma enorme força gravítica sobre as galáxias. Juntamente com a energia escura, a matéria escura forma grande parte do Universo, o invisível. Apenas cinco por cento do que compõe o Universo é visível.
O Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas, que tem ‘filiais’ em Lisboa, Coimbra e Minho, foi criado em maio de 1986 e tem como missão a investigação, na física experimental, de partículas e da instrumentação.
Tem como sócios a Fundação para a Ciência e Tecnologia, principal entidade, na dependência do Governo, que subsidia a investigação em Portugal, as universidades de Lisboa, Coimbra e Minho, o Instituto Superior Técnico e a Associação Portuguesa das Empresas do Setor Elétrico e Eletrónico.
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