Braga: Produzir betão a partir de resíduos da construção é a nova aposta da DST

Empresa diz que “vai mudar o paradigma da construção em matéria ambiental”
Foto: DR / Arquivo

A construtora DST, de Braga, está a desenvolver uma tecnologia industrial que “permitirá criar uma gama de betão estrutural e betão betuminoso inovador, fabricado a partir de resíduos da construção e de subprodutos industriais inovadores”, foi hoje anunciado.

Em comunicado, a empresa considera que esta tecnologia industrial “vai mudar o paradigma da construção em Portugal em matéria ambiental”.

“O objetivo da dst é reduzir ao mínimo a utilização de recursos naturais e produtos energeticamente intensivos nas suas construções do futuro, substituindo-os por materiais inovadores, graças a uma tecnologia pioneira que está a desenvolver, desde 2020, no âmbito do CirMat (CIRcular aggregates for sustainable road and building MATerials) que resulta da parceria da dst com o Instituto Superior Técnico, a Universidade do Minho e a Norwegian University of Science and Technology”, refere o comunicado.

“Só desta forma poderemos reduzir drasticamente a utilização no setor da construção de recursos naturais e produtos energeticamente intensivos, potenciando a reintrodução de resíduos e subprodutos na cadeia de valor da dst”, assegura Mafalda Rodrigues, responsável do projeto, citada no comunicado.

O projeto, acrescenta a empresa, “envolve ainda a criação de todos os processos de fabrico associados à escala industrial, bem como a elaboração de Declarações Ambientais de Produto que permitem demonstrar, de forma inequívoca, a mitigação dos impactos ambientais relacionados com os produtos desenvolvidos, ao longo do seu ciclo de vida”.

O CirMat é um projeto financiado em 85% pelo Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu – EEA Grants, no âmbito do programa EEA Grants Ambiente, no valor aproximado de €500 mil.

“Com este projeto queremos implementar uma mudança de paradigma no setor da construção aplicando os princípios da economia circular. A construção é considerada uma das indústrias que mais contribui para as emissões de gases de efeito estufa, e é urgente mudar esta realidade. Só assim conseguiremos ter harmonia e equilíbrio entre a natureza e a atividade humana”, conclui Mafalda Rodrigues.

O projeto CirMat iniciou-se em setembro de 2020 e encontra-se agora na sua fase final, com os resultados a serem conhecidos muito em breve na NTNU, na Noruega, e apresentados em 05 de maio na DST, em Braga.

O CirMat foi, nos últimos três anos, referenciado pelos EEA Grants no âmbito do tema “Towards a more circular construction sector in Portugal” e “How the EEA and Norway Grants contribute to the EU Green Deal”.

 
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