O presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, e o presidente da Junta de Freguesia de Mire de Tibães, Jorge Dias, estão “satisfeitos” com a reclassificação do Mosteiro de Tibães como Monumento Nacional: “É uma aspiração de longa data, e que dado o seu riquíssimo património é uma mais valia para Braga, a região e o país”, disse Ricardo Rio a O MINHO.
O edil sublinhou que a iniciativa tem, ainda, outra dimensão importante para Braga em particular para Mire de Tibães, já que inclui a delimitação da zona salvaguarda não edificada, o que significa que, “ao fim de anos de trabalho se vão conseguir condições para a ampliação do cemitério”,
E a concluir: “Estamos muito satisfeitos e queremos agradecer à Direção-Geral e, em particular, ao arquiteto João Carlos Santos”.
Já o autarca local, o socialista Jorge Dias disse a O MINHO que a reclassificação valoriza a freguesia e, para mais, a alteração da zona especial de proteção (ZEP), permitirá, finalmente, alargar o cemitério, que está situado ao lado do Mosteiro.
“Já tínhamos alargado um pouco com novas sepulturas, mas tal não foi suficiente. Contamos que o projeto, que está a ser feito na Câmara, possa arrancar ainda este ano”, disse.
Em consulta pública
Recorde-se que a Direção Geral do Património Cultural colocou em consulta pública, por 30 dias, o projeto de decisão relativo à ampliação da classificação da “Igreja e mosteiro de Tibães, fontes e construções arquitetónicas da respetiva quinta”, à sua reclassificação como monumento nacional (MN), à redenominação para “Mosteiro de São Martinho de Tibães”, concelho e distrito de Braga.
A Igreja e o mosteiro de Tibães, fontes e construções arquitetónicas da respetiva quinta”, foram classificados como imóvel de interesse público (IIP) por Decreto de 27 de março de 1944.
O anúncio da consulta pública, publicado em Diário da República, sublinha que, “os elementos relevantes do processo (fundamentação, despachos, plantas com a delimitação do conjunto classificado e da respetiva ZEP, e do conjunto a ampliar e da respetiva ZEP) estão disponíveis nas páginas eletrónicas da Direção -Geral do Património Cultural, (Património/Classificação de Bens Imóveis e Fixação de ZEP/Consultas Públicas/Ano em curso); da Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN), e da Câmara Municipal de Braga.
O edifício do Mosteiro e a cerca anexa foram adquiridos pelo Estado em 1986, tendo de seguida sido alvo de diversas intervenções de conservação.
Em curso, está, agora, um novo projeto de requalificação a realizar com fundos do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR).
Fundado no século XI
O mosteiro foi fundado no século XI. A partir do século XII foi mandado reedificar por Paio Guterres da Silva, e ocupado pela congregação Beneditina. No século XVI, tornou-se a casa-mãe da Ordem para Portugal e Brasil.
Os edifícios principais são dos séculos XVII e XVIII. Um dos arquitetos foi André Soares.
Com o fim das ordens religiosas em 1834, foi vendido em hasta pública, com exceção da igreja, sacristia e claustro do cemitério.