Braga: INL quer “melhorar processo de invenção e inovação” pela Inteligência Artificial

Recorrer ao estatuto intergovernamental para acelerar a utilização da IA no processo de criação

O Laboratório Ibérico de Nanotecnologia (INL), em Braga, criou um grupo de reflexão internacional para, através da inteligência artificial, “melhorar o processo de invenção e inovação”, através da pesquisa de pedidos de patentes e Propriedade Intelectual.

Em declarações à Lusa, os responsáveis do INL explicam que o ‘Think Tank internaciona’ – AI4IP (Inteligência Artificial para a Propriedade Intelectual) pretende dar resposta ao elevado número de submissões de patentes e volume de documentos relacionados com Propriedade Intelectual (PI) e inovação que “tornou humanamente impossível analisá-los de forma útil”.

Com esta iniciativa, o INL, em cooperação com a WIPO – Organização Mundial da Propriedade Intelectual, o IMD – International Institute for Management Development e a ‘startup’ suíça Iprova, pretende “aplicar a Inteligência Artificial (IA) à invenção e ao processo de inovação”.

A pedra de toque daquele ‘Think Tank’ é a “necessidade de mudar a forma como esse processo é desenvolvido, ao analisar a quantidade impressionante de dados gerados todos os dias, no que diz respeito a novas descobertas e avanços tecnológicos”.

Segundo explicou à Lusa Gary Heath, da Direção-Geral do INL, o laboratório já levou até às entidades de IA e PI em Portugal e Espanha o AI4I, que foi bem recebido por “reunir vários especialistas para discutir perspetivas e aprender sobre os últimos desenvolvimentos nestas áreas”.

A escolha do INL, explicam os responsáveis, deve-se à possibilidade de “recorrer ao seu estatuto intergovernamental para acelerar a utilização da IA no processo de criação e de geração de valor da propriedade intelectual na Península Ibérica”.

Outros dos fatores, segundo referiu à Lusa o Diretor-Geral do INL, Lars Montelius, foi “o investimento estratégico do INL nesta área, através da criação de um Grupo de Computação Quântica, da criação de 12 bolsas de doutoramento e do estabelecimento do INL como o único IBM Q Hub de Portugal para acesso à computação quântica”.

O INL destaca ainda o “memorando de entendimento para explorar a possibilidade de trazer esta tecnologia única para Portugal”, assinado com a ‘startup’ Iprova (Suíça), que tem como clientes as 10 principais empresas tecnológicas globais.

No primeiro momento que levou à criação daquele grupo, o diretor de inovação da IMD Business School, Suíça, Bill Fischer, mostrou que a “taxa de crescimento do conhecimento tecnológico e da PI é agora mais rápida do que os humanos podem assimilar”, pelo que, refere o INL, “o recurso à inteligência artificial é a única forma de explorar de um modo útil tantos dados sobre inovações que pretendem apresentar soluções para os problemas atuais da sociedade”.

O centro global de patentes é a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (WIPO), com sede em Genebra, Suíça, e conta com 1.200 especialistas em patentes e marcas comerciais, sendo pioneira na utilização da Inteligência Artificial para ajudar a usar da melhor forma os dados associados às 340.000 patentes e outros documentos de Propriedade Intelectual da WIPO.

O Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia é uma Organização Intergovernamental nascida da iniciativa de Espanha e de Portugal, que atrai cientistas e engenheiros de todo o mundo para realizar investigação científica interdisciplinar em Nanotecnologia e Nanociência.

Em 2018, o INL foi uma das entidades premiadas pelo Governo Português com o Prémio Bartolomeu de Gusmão, na sua primeira edição. O INL venceu a categoria “Inovação Tecnológica” pela consistente estratégia de proteção à inovação e por ser repetidamente a organização localizada em Portugal que apresenta a maioria dos pedidos de patentes na Instituto Europeu de Patentes.

 
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