O gnration, espaço cultural em Braga centrado na música contemporânea, arte e tecnologia, está a assinalar o 10.º aniversário e anunciou hoje que já recebeu 300 mil pessoas em mais de 1.000 atividades.
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O recorde foi atingido em 2019, com 65.359 espectadores. Os números foram revelados esta sexta-feira por Cláudia Leite, administradora da empresa municipal Teatro Circo, numa sessão que contou também com a presença de Ricardo Rio, presidente da Câmara Municipal de Braga, e Luís Fernandes, diretor artístico do gnration.
Em 2022, após as restrições impostas pelo período pandémico, o gnration registou já um total de 44.129 espetadores, número que se aproxima dos registos pré-pandemia e que se prevê ultrapassar no presente ano.
O espaço, atualmente gerido pela empresa municipal Teatro Circo de Braga, celebra o décimo aniversário neste mês de abril. Como sublinhou Cláudia Leite, através de uma estratégia sustentada e de permanente abertura à comunidade, o gnration tem crescido e afirmou-se como um “polo aglutinador de dinâmicas culturais e criativas, assumindo-se como um espaço orientado para a sensibilização e formação de novos públicos”, expondo-os a práticas artísticas relevantes à luz de uma perspetiva contemporânea e cosmopolita.
De acordo com Ricardo Rio, o gnration é um espaço de acolhimento de dinâmicas culturais diferentes das que a cidade tinha, desempenhando um “papel essencial para ir ao encontro de outros públicos”. O edil salientou ainda o papel do espaço do ponto de vista da regeneração urbana e da criação de novos centros de vitalidade na cidade.
Para marcar o décimo aniversário, o gnration apresenta um programa para todo o mês que encerrará com o já habitual “gnration open day” (29 abril) – um dia aberto de acesso gratuito que apresenta um programa composto por concertos, instalações, atividades de serviço educativo e visitas orientadas.
O gnration nasceu como projeto no contexto da Braga 2012 – Capital Europeia da Juventude, abriu portas um ano mais tarde, em 2013, e pouco depois tornou-se no “epicentro da cultura contemporânea em Braga”, conforme assinala a sala de espetáculos em comunicado.
Situado na Praça Conde de Agrolongo, antigo Campo da Vinha, o edifício redesenhado pelo arquiteto Carvalho Araújo foi Prémio Nacional de Reabilitação Urbana em 2014. A partir da regeneração de um edifício centenário, que até então funcionava como quartel da Guarda Nacional Republicana, ergueu-se um espaço de criação, performance e exposição, com foco nos domínios da música contemporânea e da relação entre arte e tecnologia.
No mesmo edifício, multidisciplinar, habita ainda o ‘hub’ de inovação Startup Braga, a Braga Media Arts, estrutura de ação de Braga enquanto Cidade Criativa da UNESCO para as Media Arts, a equipa de missão para a Capital Portuguesa da Cultura, que decorrerá em Braga em 2025, a Rádio Universitária do Minho (RUM), que dispõe de um café-concerto, e a Loja da Juventude, um gabinete de apoio a projetos jovens protagonizado pelo Município de Braga.
Concertos, instalações, conversas ou workshops são algumas das diversas atividades que espelham um programação artístico de perfil performativo, expositivo e educativo, apresentado por artistas, nacionais e estrangeiros, reconhecidos ou em início de carreira.
Desde julho de 2014, o gnration deu a conhecer um programa cultural regular, de periodicidade trimestral, com cerca de 400 concertos, mais de uma centena de exposições e uma outra que se reparte entre propostas na área da dança, cinema e pensamento, juntando-lhe ainda uma extensão do programa artístico pensado para o universo ‘online’.
Na formação, através de um programa serviço educativo que hoje é desenvolvido pelo Circuito – Serviço Educativo da Braga Media Arts, realizou mais de duas centenas de propostas, entre workshops, masterclasses ou espetáculos de comunidade, idealizados para públicos de diferentes idades e para a comunidade escolar da cidade. Com o objetivo de exponenciar a criação artística, promoveu cerca de 150 residências artísticas e comissariou 166 novos trabalhos, 81 dos quais a artistas locais, propiciando condições para o desenvolvimento artístico do território.