O Executivo Municipal de Braga debate e vota, segunda-feira, em reunião, a proposta do pelouro do Urbanismo de classificação como “Conjunto de interesse municipal» da Quinta da Torre do Enxido” e, consequentemente, de uma zona especial de proteção (ZEP).
A Divisão do centro histórico, património e arqueologia explica, no documento, que a Quinta da Torre do Enxido – situada na União de Freguesias de Crespos e Pousada – é um prédio formado por um conjunto de edificações, que inclui três edifícios de arquitetura civil, destinados a habitação e serviços, um de arquitetura religiosa, um fontanário e jardim, todos inseridos num contexto rural.
Acrescenta que a ermida primitiva dedicada a Santo Amaro foi instituída nos finais do século XV, tendo sido reconstruída em 1763. A capela, atualmente dedicada a Santo Amaro “O velho”, apresenta planta retangular de uma só nave, com a sacristia em corpo adossado, constituindo, todo o conjunto, uma construção arquitetónica tipicamente do Barroco bracarense.
Já o fontanário de São Jerónimo é uma fonte de estilo barroco, mandada edificar na década de 60 do século XVIII, por ordem do proprietário Jerónimo Dias da Mota (1707-1785), localizado no logradouro a escassos metros da Casa principal e da Torre.
Torre do século XV
E diz, ainda, aquele departamento municipal: “A Torre do Enxido surge como um elemento arquitetónico de planta quadrangular, sendo o imóvel edificado, possivelmente, mais antigo, segundo alguns autores deverá remontar ao século XIV, devido a uma inscrição existente no fecho de um portão, que exibe a data 1356. Esta torre embora tenha sofrido múltiplas obras de alteração, em épocas posteriores, nomeadamente entre os séculos XVI a XVIII, conserva o seu carácter medieval, conjugado com traços de arquitetura eclética. A casa ou casa forte do Enxido resulta de múltiplas reconstruções e ampliações efetuadas em várias épocas sobre ou em torno de edificações anteriores ou contemporâneos da edificação da Torre. Na segunda metade do século XIX fizeram-se obras de ampliação na casa, mandadas executar por ordem de António Roberto de Araújo Queiroz (1808-1881) casado com D. Isabel Augusta de Araújo Mota (1811-1889)”.
Edital de junho não teve reclamações
A proposta que vai à reunião, refere que, “através da publicação de um edital da Câmara, de 4 de junho de 2024, foi determinada a abertura de procedimento de Classificação como Conjunto de Interesse Municipal da Quinta da Torre do Enxido da Rua do Enxido, edital esse que foi, depois, publicado no Diário da Republica, de 16 de julho de 2024. 2. Na sequência da sua publicação, e decorridos três meses, “não se conhecem quaisquer reclamações”.