Hélder Mendes da Silva, diretor do Grupo Casais, de Braga, foi acusado de suborno em Gibraltar. Em tribunal negou as acusações e foi libertado após pagamento de fiança de cinco mil libras. A empresa reagiu, esta tarde, em comunicado, revelando que Mendes da Silva pediu a suspensão do cargo.
Em comunicado, no dia 25 de agosto, a polícia explicou que a acusação ao ‘managing director’ da empresa naquele território inglês resultou de uma denúncia criminal relacionada com um projeto para o qual a Casais foi contratada.
“Foi alegado que, em abril de 2020, durante a realização de discussões comerciais relativas a pagamentos de trabalhos de construção, foi oferecido um suborno a uma intermediária de 20 mil euros em dinheiro para encorajar a aprovação de trabalhos no projeto com um valor perto de dois milhões de libras”, lê-se no comunicado da Polícia Real de Gibraltar.
Segundo a imprensa local, presente a tribunal no dia 26 de agosto, Hélder Mendes da Silva declarou-se inocente.
O caso será julgado pelo por um tribunal superior a partir de novembro.
O diretor da Casais foi libertado mediante o pagamento de cinco mil libras.
“Por iniciativa do próprio colaborador, este suspendeu o seu cargo”
Após ser questionada por O MINHO, a Casais emitiu um comunicado em que adianta que, “entretanto, e por iniciativa do próprio colaborador, este suspendeu o seu cargo e foi nomeado um diretor interino para exercer a sua função até que as alegações sejam esclarecidas”.
No comunicado, a empresa bracarense salienta que, “desde sempre”, manteve “uma postura de clareza e transparência e, por isso, esclarecemos que não foi preso qualquer colaborador ou gestor da subsidiária”.
“Foi apresentada uma queixa na polícia por um funcionário de uma empresa de prestação de serviços que alega ter sido incentivado com 20 mil libras. Assim que tomamos conhecimento das alegações, constituímos um comité interno de averiguações e contactámos por iniciativa própria as instituições locais”, refere a empresa.
A Casais garante que “colaborou desde o início com a investigação, sendo que os motivos que levaram a esta alegação serão analisados pelas entidades competentes”.
“Como as denúncias estão relacionadas com um contrato específico, em paralelo, e para eliminar qualquer suspeita sobre os referidos trabalhos, ordenamos a contratação dos serviços de uma empresa de Quantity Surveying idónea, reputada e independente para realizar uma análise dos valores reclamados nesse mesmo contrato”, lê-se no comunicado.
A empresa completa que, “à data, o colaborador visado da nossa subsidiária foi intimado a comparecer no tribunal e a defender-se, algo que será confirmado apenas em novembro por um Juiz que, só nessa altura, decidirá sobre a acusação e o seguimento do processo”.
“Somos um Grupo com 4.500 colaboradores que marca presença em 16 países e, por isso, damos muita importância à cultura e valores de todas as nossas unidades e pessoas. Humanismo, Integridade, Conhecimento, Rigor, Dedicação, Determinação e Flexibilidade fazem parte dos nossos princípios orientadores assim como o Código de Conduta e Ética Empresarial que vincula todos os atos dos nossos colaboradores e subsidiárias”, nota ainda o comunicado.
A Casais diz acreditar “que todas as provas serão elucidativas do que se terá passado de facto e acreditamos que, se o caso seguir para julgamento, dada a colaboração e disponibilidade das partes em prestar todas as informações, o tribunal analisará exaustivamente as provas e que uma decisão sobre as alegações da queixa apresentada será tomada o mais rápido possível”.