Braga despediu-se este domingo do Nómadas Festival com a maior enchente dos três dias. Um encerramento à altura de um evento que, ao longo do fim de semana, juntou milhares de pessoas — bonitas, pacíficas e vibrantes — num ambiente de comunhão musical sem incidentes.
“Foi tudo tranquilo”, confirma Isabel Saraiva, da delegação de Braga da Cruz Vermelha, entidade que prestou apoio durante o festival: “Foram apenas os casos habituais de festivais, ajudámos algumas pessoas que exageraram no álcool, mas nada de preocupante”.

A segurança do recinto também destacou o comportamento exemplar do público, embora tenham surgido desafios logísticos.
“No sábado, a Zona atrás do palco tinha gente a mais, o que dificultou o trabalho. Mas no geral, correu tudo bem”, explicou um dos responsáveis pela produção. Os responsáveis pela segurança do recinto garantiram que não foi necessário intervir em nenhuma situação crítica, algo raro em eventos desta dimensão.

O público estrangeiro marcou fortemente presença nesta edição. Encontrámos um grupo vindo da Galiza, que veio especificamente para ver RÜFÜS DU SOL. O grupo partilhou a sua experiência: “Conhecemos o festival pelas redes sociais e decidimos vir. Este cenário (pedreira) é incrível, as pessoas são fantásticas, parece que estamos em Ibiza, mas ainda melhor (risos). O que encontrámos foi mais do que esperávamos”.


Momento épico: RÜFÜS DU SOL, a falha de luz e o renascimento com “Innerbloom”
Ao longo do dia, vários DJs fizeram o recinto vibrar (como Jean Claude Ades, Nadia Boulif, Samm), mas foi o ‘DJ set’ de RÜFÜS DU SOL que levou o público ao êxtase, mesmo com uma falha técnica inesperada.












Após a celebração da vitória de Portugal sobre a Espanha, os DJs ergueram camisolas da Seleção Nacional, que agradou ao público e logo após, às 23:09, o som calou-se por uma falha de energia. Sete minutos depois, a energia voltou, e o festival renasceu com “Innerbloom”, o hino da banda que fala de libertação, amor incondicional e florescimento interior. A música ganhou vida também no céu, com um espetáculo de fogo de artifício que transformou a pedreira num jardim de luzes, uma metáfora perfeita para o “florescer por dentro e por fora” que a canção propõe.
Balanço e próximos passos
Até final da noite, não foi possível obter declarações da organização, que se encontra ainda a lidar com as “dores de crescimento” de um festival em expansão, prometeu enviar em breve uma nota de imprensa com o balanço oficial e os números de participantes.
O Nómadas Festival despede-se assim da cidade de Braga com uma mensagem clara: a música, quando aliada à beleza do território e ao respeito entre culturas, pode mesmo transformar um evento numa celebração coletiva e deixar memórias que, tal como a música, resistem ao tempo.
Artigo de Eva Pereira