O advogado António Falé de Carvalho, defensor do arguido Mateus Marley Machado, suspeito de ter assassinado Manuel Rodrigues, um jovem de 19 anos, à porta do Bar Académico da UMinho, no passado fim de semana, alegou hoje, à entrada do Palácio da Justiça de Famalicão, que a arma do crime e as imagens de vigilância captadas pelas câmaras do próprio bar vão ilibar o seu cliente das suspeitas pelas quais foi detido pela PJ de Braga, durante a semana.
Esta manhã, o causídico esteve no tribunal de Famalicão com o seu arguido, onde este ainda não começou a ser ouvido por decorrer a consulta do processo por parte da defesa e pelo Ministério Público, de forma a ver decretadas as medidas de coação no seguimento da sua detenção por suspeitas de homicídio.
O advogado afirmou que o seu cliente “está desde o início deste caso, faz hoje uma semana, a ser vítima de um conjunto de boatos, amplificados pelas redes sociais”.
Para Falé de Carvalho, não há “nada, nada, nada e mesmo nada que concretamente incrimine no homicídio ou sequer até na rixa antecedente aos acontecimentos trágicos do passado sábado nas imediações do Bar Académico de Braga”.
António Falé de Carvalho, que ao longo de todo o dia de quinta-feira conferenciou com o seu cliente, nas instalações da Polícia Judiciária de Braga, confirmou que o Manuel Marley Machado irá prestar hoje declarações aos dois magistrados, o judicial e o do MP, bem como responder às suas próprias perguntas enquanto defensor, no primeiro interrogatório de arguido detido.
O mesmo advogado, António Falé de Carvalho, que há cerca de 40 anos se dedica exclusivamente a casos criminais, disse a O MINHO que “o tempo dirá” que o seu cliente, “está completamente inocente”.
Ao longo da manhã têm passado dezenas de pessoas pela zona, já depois da chegada de um grupo de jovens, oriundos de Braga, mas que não ultrapassa uma dezena.
Nas imediações do Palácio da Justiça de Vila Nova de Famalicão estão desde o início deste sábado quatro viaturas da PSP, sendo duas da PSP de Braga e duas do Corpo de Intervenção da Unidade Especial de Polícia, ambas as forças enquadradas por dois comissários da PSP de Braga e do Porto.


Como O MINHO noticiou esta manhã, Marley foi reconhecido pelas testemunhas oculares do crime, esta sexta-feira, durante os autos de reconhecimento na PJ de Braga.
As diligências testemunhais reforçaram mais os indícios já recolhidos pela Brigada de Homicídios da Polícia Judiciária de Braga, que na manhã deste sábado está a ser submetido ao primeiro interrogatório judicial, no Palácio da Justiça de Famalicão.
A Polícia Judiciária de Braga indiciou Marley, de 27 anos, com nacionalidade brasileira, de ter sido o autor das facadas fatais, cometidas na madrugada de sábado e deteve-o na manhã de quinta-feira, em local ermo e serrano, do distrito de Castelo Branco.
Além da autoria do assassínio, a PJ de Braga investiga se houve mais algum coautor ou cúmplice no esfaqueamento fatal, bem como a tentar identificar já todos os suspeitos do crime de participação em rixa, envolvendo cerca de duas dezenas de jovens.
A Polícia Judiciária de Braga também se encontra a investigar a autoria de dois crimes de fogo posto dentro do Bar Académico de Braga, cometidos depois do homicídio, dois dias seguidos, um com líquido inflamável e outro com dois cocktails molotov.
Manuel de Oliveira Gonçalves (“Manu”), de 19 anos, aluno do 12º ano da Escola Secundária de Dona Maria II, em Braga, foi sepultado na tarde desta quinta-feira, no Cemitério de Gualtar, em Braga, o mesmo concelho onde residia com os pais e a irmã.
Mateus Marley Machado está indiciado pela autoria de um crime de homicídio qualificado, ao qual corresponde uma moldura penal de 12 a 25 anos de prisão efetiva, como tendo sido alegadamente o único autor das facadas que tiraram a vida a “Manu”.