Bosch faturou 2.100 milhões e chegou aos 7.000 trabalhadores em Portugal (e Braga tem “papel importante”)

Vendas aumentaram 1,7% em 2023
Foto: Bosch / Arquivo

As vendas da Bosch Portugal aumentaram 1,7%, para 2.100 milhões de euros, no ano fiscal de 2023 face a 2022, tendo o grupo criado 450 novos empregos e mantendo “algumas centenas” de vagas em aberto.

Do total de vendas, a Bosch Portugal faturou no mercado nacional 383 milhões de euros, 5,2% acima do nível de 2022, avançou hoje a empresa em comunicado.

Citado no documento, o presidente do grupo Bosch em Portugal e Espanha, Javier González Pareja, refere que, apesar do “ambiente global desafiante e de alguma incerteza, 2023 foi um ano positivo para a Bosch em Portugal”.

“Para este ano, estamos alinhados com as perspetivas gerais da Bosch e, por isso, as nossas previsões são moderadas, tendo em conta o atual cenário económico e também a transformação do negócio que a empresa está a realizar a nível global”, acrescenta.

Já Carlos Ribas, responsável da multinacional alemã em Portugal e diretor técnico da Bosch em Braga, antecipa uma ligeira evolução positiva no país, tanto a nível de volume de negócios como de colaboradores.

“Apesar de um ambiente económico e social que se mantém exigente, as nossas expectativas para 2024 são de um ligeiro crescimento das vendas em todas as localizações em Portugal”, explica.

Atualmente com pouco mais de 7.000 trabalhadores em Portugal e com “algumas centenas” de vagas ainda em aberto, a Bosch destaca ser “um dos maiores exportadores do país, com um nível de exportação superior a 97%” e “com mais de 50 países em todo o mundo a importar soluções produzidas em Aveiro, Braga e Ovar e serviços prestados a partir de Lisboa”.

Números que, enfatiza, “reforçam a importância da Bosch no total de exportações do país (cerca 1,7%), traduzindo-se num impacto de cerca de 1% por centro do PIB [Produto Interno Bruto] de Portugal”.

Na sequência da definição da mobilidade sustentável como uma das áreas de crescimento do grupo, “com especial foco para a condução eletrificada e automatizada”, a Bosch destaca o impacto desta estratégia no negócio da unidade de Braga, com uma “transformação do portfólio de produtos, que passará gradualmente dos sistemas de ‘infotainment’ para soluções como computadores de bordo, câmaras e sensores”.

“A Bosch está a focar os seus esforços de desenvolvimento e produção de tecnologias essenciais para as necessidades atuais e futuras dos veículos, que irão contribuir para uma mobilidade mais segura, confortável e sustentável. A Bosch em Braga está a receber algumas dessas tecnologias e continuará a desempenhar um papel importante no futuro da mobilidade tanto a nível de desenvolvimento, como de produção”, explica.

Já para a fábrica de Aveiro, que em 2023 “reforçou a sua posição enquanto localização estratégica para a produção e desenvolvimento de bombas de calor dentro do grupo”, a Bosch assume “expectativas cautelosamente positivas”, após a casa-mãe ter dado “luz verde” à instalação de uma segunda linha de produção.

“Para a Bosch, as bombas de calor são um componente fundamental de edifícios neutros em carbono. Embora o mercado tenha estagnado em toda a Europa em 2023, a Bosch conseguiu fazer crescer o seu negócio em quase 50% e prevê continuar a crescer mais rápido do que o mercado neste segmento. Nesse sentido, a previsão é de continuar a investir não apenas na capacidade de produção, mas também na expansão do nosso portfólio de produtos, nomeadamente com bombas de calor que não são apenas silenciosas e eficientes, mas também económicas”, explicou Carlos Ribas.

A nível global, o grupo Bosch aumentou as vendas em 3,8% no ano fiscal de 2023, para 91.600 milhões de euros, registando uma margem EBIT (que mede a eficiência operacional) de 5,3%, um ponto percentual acima do ano anterior, mas ainda inferior à meta de margem de pelo menos 7% que a Bosch diz pretender alcançar até 2026.

No primeiro trimestre de 2024, as vendas do grupo Bosch caíram mais de 0,8%, sendo que, embora após o ajuste dos efeitos da taxa de câmbio a faturação tenha aumentado 2,7%, a companhia considera que será “difícil aumentar a margem EBIT das operações em comparação com o ano anterior”.

No seu negócio principal de mobilidade, a Bosch destaca estar a lançar, só este ano, cerca de 30 projetos de produção de veículos elétricos, enquanto na área do hidrogénio reafirma a meta de, até 2030, atingir vendas de 5.000 milhões de euros com tecnologia de hidrogénio.

Paralelamente, a Bosch diz estar “sistematicamente” a explorar oportunidades de crescimento na área da tecnologia de aquecimento, prevendo “uma ligeira melhoria nos mercados de bens de consumo após dois anos de contenção”.

 
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