Bombeiros alertados para possível queda de meteorito na zona de Viseu

Os Bombeiros de Castro de Aire foram alertados, esta noite, para a possível queda de um meteorito, presumivelmente o responsável pelo clarão que assustou os portugueses às 23:46 deste sábado.

Ao que O MINHO apurou junto daquele corpo de bombeiros, uma equipa foi deslocada para uma localidade em Castro de Aire para “uma possível queda de meteorito”.

Pelas 01:03 não foi possível obter mais informações, uma vez que a equipa ainda não chegou ao local.

Clarão visto no Minho

Vários testemunhos falam num “grande clarão” visto esta noite nos céus do Minho, apontando para que seja um meteorito que terá caído em Portugal.

O clarão foi visto às 23:46 em cidades como Braga, Guimarães, Barcelos e Famalicão, havendo já dezenas de relatos nas redes sociais.

A O MINHO, alguns habitantes de Braga testemunharam “um grande clarão”, havendo quem falasse também numa “explosão”.

Vídeo: Pedro Branco

Em Barcelos, a videovigilância mostra como o céu nublado ficou verde durante dois segundos.

vídeo: Soajo Nature

A reentrada de bólides (meteoros de maior dimensão) na atmosfera é algo comum e já vista várias vezes nos céus do Minho.

No início deste ano, O MINHO e alguns dos seus leitores colaboraram com o professor de astronomia na Universidade de Santiago de Compostela, Manuel Andrade Valinho, astrofísico que dedica parte da sua investigação a este fenómeno, encontrando-se ainda a analisar o bólide semelhante que irrompeu no Norte em 17 de dezembro de 2023.

Mais de 500 observados em Braga

Em dezembro de 2023, durante a chuva de estrelas Perseidas, que ocorre todos os anos, o Observatório Astronómico de Gualtar, em Braga, registou a entrada na atmosfera de mais de 500 meteoros numa só noite.

O meteoro leva essa designação apenas quando entra na atmosfera terrestre para se desintegrar. À semelhança do que ocorre com o relâmpago na trovoada, o meteoro é também um “flash” de luz, neste caso que ocorre quando o bólide vindo do espaço se desintegra antes de atingir solo planetário.

Onda de choque é que causa ferimentos

Em entrevista a O MINHO, em 2022, o astrofísico Nuno Peixinho, recordou o meteoro que caiu na Rússia (em 2013), porque foi um acordar para a realidade, ou seja: não é preciso ser muito grande para causar muitos estragos.

Referia-se ao meteorito que caiu em Chelyabinsk, a 15 de fevereiro de 2013, e que provocou ferimentos em mais de 1.000 pessoas, embora não haja registo de mortes. Peixinho explica que os ferimentos deveram-se à onda de choque, que partiu vidros enquanto as pessoas ‘espreitavam’ pelas janelas, e não à explosão do meteorito.

“Conta-se que houve uma professora primária que, quando viu o clarão, e porque tinha o treino de Guerra Fria, mandou os alunos todos para debaixo da mesa, assumindo que era uma explosão nuclear e que depois vinha a onda de choque”, recordou Peixinho, explicando que os feridos foram atingidos por vidros de janelas que partiram.

É que, depois do clarão que assolou os céus daquela cidade, as pessoas foram às janelas “espreitar”, não antecipando que a onda de choque chegaria passado alguns minutos. E quando chegou, os ‘curiosos’ estavam com a cara próxima dos vidros, que se partiram, e causaram ferimentos. Quase todos os edifícios daquela região sofreram danos nas janelas.

“E esse só tinha cerca de 15 metros”, constatou o astrofísico.

(em atualização)

 
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