Espreitava para dentro das dependências bancárias para ver qual o cliente que levantava uma grande quantia de dinheiro. Depois, esperava-o à porta e seguia-o, para o assaltar. Tinha já uma condenação a sete anos de prisão (por roubos), a que vê, agora, somar-se uma pena de três anos e quatro meses, efetivos, dado que não cumpriu as obrigações a que foi sujeito pelo Tribunal de Braga para que a pena lhe fosse suspensa. Decisão agora confirmada pelo Tribunal da Relação de Guimarães
José S., de 48 anos, natural de Lisboa, que atuava com a mulher na zona de Amares e de Braga, terá assaltado ou tentado fazê-lo, cinco pessoas, após estas terem levantado dinheiro em dependências bancárias da região.
O seu modo de atuação era o de quebrar vidros, forçar fechaduras e abrir portas e porta-bagagens, dos veículos, introduzindo-se neles para furtar os envelopes com dinheiro que os seus proprietários ali deixavam, depois de irem ao banco. E andava em carros com matrícula falsa!
Crimes começaram em março de 2021
O Tribunal enumera os crimes: em 26 de março de 2021, pelas 13h00, o casal deslocaram-se a um banco dos arredores de Braga, e, aí chegado, ele colocou-se no exterior do banco de forma a identificar algum indivíduo que procedesse ao levantamento de uma quantia avultada de numerário ao balcão. Cerca das 13h30 apercebeu-se de que um cliente procedeu ao levantamento de uma quantia em numerário em notas, o qual colocou no interior de uma bolsa plástica transparente.
Seguiu-o e viu que aquele se introduziu num veículo e colocou a bolsa transparente no compartimento existente na porta do condutor.
Então, entrou no carro que o esperava, conduzido pela mulher e, de imediato, seguiram em sua perseguição. Cerca das 14h50, a vítima parqueou o veículo num parque de estacionamento junto às traseiras de um hipermercado, onde se deslocou momentaneamente, a fim de adquirir alguns produtos. E deixou a mulher no interior do carro (63.º da acusação).
Apercebendo-se de que o homem tinha abandonado o veículo, o José S. dirigiu-se ao veículo, abriu a porta do condutor, colocou a mão no compartimento lateral e pegou na bolsa transparente, tendo dito que a mesma estava no chão no lado exterior do carro e a pretendia arrumar, começando a vasculhar no compartimento da porta do condutor.
60.º
Aí, a mulher saiu do carro e começou a gritar, o que o levou a fugir, sem conseguir furtar o dinheiro.
Mais furtos pelo mesmo método
Em junho, os dois atuaram do mesmo modo, mas, desta vez, conseguiram furtar 700 euros a um homem de 88 anos que havia levantado dinheiro num banco. Tinha o envelope com as notas entre os joelhos, com o vidro aberto, e o arguido meteu a mão e sacou-o.
A seguir, cerca das 14h20 do mesmo dia, apercebeu-se de que um homem circulava com uma mala a tiracolo junto à porta da instituição bancária, e seguidamente dirigiu-se a um veículo que se encontrava parqueado nas imediações, tendo constatado que aquele remexeu no porta-luvas do seu veículo e abandonou o local.
Então, colocou duas chapas autocolantes na matrícula do seu veículo o qual passou a ostentar uma matrícula falsa. Depois, o arguido, calçando uma luva, dirigiu-se ao veículo e quebrou o vidro dianteiro do lado direito, abriu a porta e remexeu no seu interior em busca de objetos de valor, não logrando apoderar-se de quaisquer bens de valor, porquanto aí não existia qualquer valor em numerário.
No dia 17 de agosto de 2021, pelas 07:50, saiu da sua casa, com o fito de tentar controlar quem se dirigisse às caixas multibanco ou a instituições bancárias para levantar somas em dinheiro, segui-las e aproveitar o melhor momento para fazer seu, o dinheiro que aqueles tivessem levantado ou recebido.
Seguiu um homem que levantara dinheiro no banco, mas nada conseguiu porque ele não saiu do carro, quando parou.
Saco na mala ou porta-bagagens
Dias depois, forçou a mala do carro de um outro cidadão que tinha metido um envelope com dinheiro num saco que ali colocou. O dono tinha fechado o carro e ido ao café. Retirou o saco, fugiu, mas este não tinha qualquer nota.
Veio a ser identificado e preso pela Polícia, o mesmo acontecendo à mulher.