O Bloco de Esquerda pretende que o Governo esclareça se está disponível para reverter o Hospital de Braga para a gestão pública, uma vez que, segundo o grupo parlamentar “as PPP são caras para o Estado e não trazem nem melhores cuidados de saúde, nem poupanças em relação à gestão pública”.
Na sequência da denúncia do Bastonário das Ordens dos Médicos, relativa à falta de cinco médicos especialistas no Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, o Bloco de Esquerda questionou o Ministério da Saúde, para saber se o Governo está disponível para “averiguar o caso e a obrigar a entidade gestora da PPP de Braga a proceder à contratação de mais médicos”.
No documento, subscrito pelo deputado Pedro Soares, o Bloco refere que “os relatos descrevem um cenário para os profissionais onde a pressão e a falta de tempo são diárias e as horas extraordinárias que são feitas vão para além do que é legalmente permitido, colocando em causa a qualidade dos cuidados prestados, assim como a segurança dos utentes, pelo que se exige é que existam profissionais em número suficiente e não poucos profissionais a trabalhar para além do seu limite”.
“A gestão do Hospital de Braga está nas mãos da José de Mello Saúde, num contrato que termina a 31 de agosto de 2019 e que não deve ser renovado pelo Estado”, conclui.
Recorde-se que o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, apelou na semana passada à contratação urgente de mais cinco especialistas para o Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de Braga, sublinhando que os que ali trabalham “quase não têm tempo para respirar”.
O Hospital de Braga reagiu, em comunicado, dizendo que “estão asseguradas as condições de segurança clínica na prestação de cuidados de saúde à população”.
Refere ainda que desde o início deste ano a administração do hospital autorizou a contratação de mais três médicos para aquele serviço, mas “a falta de oferta de especialistas de Ginecologia/Obstetrícia disponíveis no mercado tem dificultado as contratações”.