O presidente da Fundação Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023 disse hoje que o valor (superior a quatro milhões de euros) do altar-palco onde o Papa vai celebrar a missa final “magoa todos”, admitindo eventuais correções se necessárias.
“Confesso também que o número me magoou, e magoou-nos a todos”, afirmou o bispo Américo Aguiar, em conferência de imprensa, em Lisboa, realçando o contexto das “dificuldades” económicas “das famílias”.
O bispo-auxiliar de Lisboa referiu que, “nos próximos dias”, a organização da JMJ vai reunir-se com as equipas responsáveis pelo projeto para aferir “qual a razão desse valor”.
“Parcelas que puderem ser eliminadas, pediremos para serem eliminadas”, frisou.
A obra de construção do altar-palco onde o Papa Francisco vai celebrar a missa final vai custar 4,2 milhões de euros à Câmara de Lisboa, numa empreitada atribuída por ajuste direto.
Segundo a informação disponibilizada no Portal Base da Contratação pública, “a construção foi adjudicada por 4,24 milhões de euros (mais IVA)”, somando-se a esse valor “1,06 milhões de euros para as fundações indiretas da cobertura”.
A Câmara de Lisboa justificou na quarta-feira o investimento no altar-palco com as necessidades do evento e as características do terreno, sublinhando que a estrutura poderá receber 2.000 pessoas, metade dos quais bispos, e continuará depois a ser utilizada.
Na terça-feira, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, referiu que sabia que a construção do altar-palco iria ficar muito cara, acrescentando que será realizada com as especificações indicadas pela Igreja Católica.
A oposição na autarquia queixou-se de “falta de transparência” e o partido Chega já requereu a presença de Carlos Moedas no parlamento para explicar os custos do evento.
Na quarta-feira, a Fundação JMJ comprometeu-se a divulgar, ao longo do projeto, “os custos e os investimentos” do “acontecimento inédito para o país” que “são da sua responsabilidade”.
A JMJ é o maior encontro de jovens católicos de todo o mundo com o Papa, que acontece a cada dois ou três anos, entre julho e agosto.
Lisboa foi a cidade escolhida em 2019 para acolher o encontro de 2022, que transitou para 2023 devido à pandemia de covid-19.