“Auto mutilou-se por vingança”: Instituição defende-se de alegado esfaqueamento em Guimarães

Jovem alegamente esfaqueada em casa em Caldas das Taipas. Foi assistida pelos Bombeiros das Taipas e chamada a GNR. A vítima foi levada para o Hospital de Guimarães onde na mesma noite teve alta
"auto mutilou-se por vingança": instituição defende-se de alegado esfaqueamento em guimarães
Foto: O MINHO / Arquivo

A Associação Mundo Livre das Caldas das Taipas, em Guimarães, veio a terreiro desmentir e esclarecer um alegado esfaqueamento acontecido, no fim-de-semana, nas suas instalações.

Segundo a direcção “nada do que veio a público corresponde à verdade porque a alegada vítima não foi esfaqueada mas, sim, auto mutilou-se por vingança”.

Em declarações a O MINHO, a direcção da instituição começa por explicar que “Sandrine Moreira apareceu há cerca de dois meses na nossa casa a pedir ajuda para não ser presa. Porque a nossa vocação é ajudar quem precisa, aceitamos e explicamos quais eram as regras. Com ela veio, o companheiro que está no regime de metadona, em Braga e que nós acompanhávamos todas as semanas”.

Depois de viver cerca de mais de um ano no carro, onde chegou, inclusive a nascer uma filha, hoje com cerca de 9 meses, Sandrine e o companheiro, António Leite, referenciados pelos crimes de roubo e tráfico de estupefacientes, apareceram na instituição taipense “desesperados”.

A bebé e um filho mais velho estão à guarda dos pais de Sandrine.

Ainda segundo a direcção, “Sandrine, na primeira semana, cumpriu as regras que estão determinadas a todos os utentes, relacionadas com a limpeza, higiene e afins mas depois começou a não cumprir e nós chamamos a atenção”.

Terá sido numa destas alturas que a jovem terá perguntado “querem problemas? Então vão tê-los” e pegando numa tesoura desferiu golpes no pescoço.

Assistida pelos Bombeiros das Taipas e chamada a GNR, a vítima foi levada para o Hospital de Guimarães onde na mesma noite teve alta. “Quiserem voltar nesse mesmo dia mas recusamos e dissemos que só poderiam levar as suas coisas com a presença da GNR”. Foi o que aconteceu.

Pena efectiva de prisão

O Tribunal de Fafe havia revogado a suspensa de pena de prisão aplicada a Sandrine e determinado uma pena de dois anos de prisão efectiva. A jovem de 23 anos havido sido condenada pela prática de três crimes de roubo e pela prática de um crime de roubo, na forma tentada, numa pena única de dois anos de prisão “suspensa na sua execução por igual período”.

Na sentença, a que O MINHO teve acesso, a procuradora adjunta, Cláudia Pinto, refere que “resulta evidente que a condenada se encontra em incumprimento que, quanto a nós, é culposo, na medida em que a mesma nunca manifestou um comportamento sério e capaz de revelar a intenção de cooperar na concretização do plano de reinserção social, não sendo expectável que venha a alterar esta sua conduta”.

A procuradora acrescenta ainda, que “o facto de se encontrar fortemente dependente de produtos estupefacientes é determinante no seu descaso pelas medidas probatórias traçadas no plano de reinserção social”.

Sandrine já tinha estado numa outra instituição “Um Novo Cântico”, durante dois meses, saindo, segundo apurou O MINHO, por não ter respeitado as regras da associação. Passou pela casa dos pais, abandonou o tratamento que estava a fazer e passou a pernoitar com o companheiro no automóvel. Até que o tribunal determinou a pena prisão efectiva de Sandrine e o ‘desespero’ a levou à Associação Mundo Livre.

Com dez anos de existência foi a primeira vez que a Associação teve problemas com utentes. A Mundo Livre está devidamente registada como Centro de Acolhimento para Jovens sem abrigo.

 
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