O presidente da Câmara de Terras de Bouro, Manuel Tibo, insiste em proibir o acesso à Cascata do Tahiti, após um turista francês, de 52 anos, ali ter morrido na sequência de uma queda, na terça-feira. O autarca insta também o Governo a aprovar o projeto proposto pela autarquia para reforçar a segurança naquele local muito procurado por turistas e onde, em 20 anos, já morreram 12 pessoas.
A posição de Manuel Tibo tinha sido assumida pelo autarca em declarações a O MINHO em março de 2022 e reafirmada, em maio do mesmo ano, durante uma visita do secretário de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e Ordenamento do Território, João Catarino, ao Parque Nacional da Peneda Gerês (PNPG).
Agora, em declarações à CNN Portugal, após mais uma morte registada na Cascata do Tahiti, Manuel Tibo insiste na necessidade de proibir os banhos naquele local até o projeto elaborado pela autarquia com a colaboração do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) estar implementado.
“A Câmara, em conjunto com o ICNF, está a trabalhar há já alguns meses para minimizar e prevenir e melhor a visitação deste local”, afirma Manuel Tibo, sublinhando a “quantidade enorme de turistas” que visitam aquele sítio “paradisíaco, em pleno Parque Nacional da Peneda-Gerês”, mas que é “muito perigoso”.
“Além das 12 mortes em 20 anos, aqui acabam por ocorrer acidentes todos os anos, o que torna urgente e necessário intervir”, salienta nas declarações à CNN Portugal.
Por isso, Manuel Tibo pede urgência ao Governo a aprovar o projeto que trará mais segurança. “Como, infelizmente, o município de Terras de Bouro tem um orçamento diminuto e os recursos não são muitos, o Governo tem essa responsabilidade de, em conjunto com as autarquias e o ICNF, poder melhorar isso. Algumas coisas já foram feitas, mas este projeto é de urgente realização. A Câmara já realizou o projeto, tem os pareceres, só precisa da verba para iniciar a obra”.
Manuel Tibo defende que os turistas possam visitar as cascatas do Tahiti “em condições” e, “enquanto não as houver”, é “a favor de poder encerrar” os acessos ao local. Primeiro, diz, é preciso “criar as condições e só depois abrir para que as pessoas possam criar aqui os seus momentos de lazer”.
“Tem havido um investimento só que, entretanto, o tempo urge. O verão está aqui à porta, sabemos que os acidentes vão continuar a existir, mas temos que minimizar e resolver este assunto rapidamente”, sublinha Manuel Tibo.
Como O MINHO noticiou, na terça-feira, um turista francês morreu após ter escorregado e caído à água nas Cascatas do Tahiti.
