Olindo Gonçalves, antigo chefe dos CTT de Caldas das Taipas, natural de Barcelos e com residência em Esposende, está a ser julgado por se ter apropriado de 337 mil euros em verbas destinadas a certificados de aforro, que nunca chegaram a ser aplicadas, avançou o “Jornal de Notícias” (JN), na sua edição desta quinta-feira.
O antigo funcionário daquela estação dos Correios está acusado de um crime de peculato continuado, dois crimes de falsificação de documentos e um de burla qualificado. Contudo, segundo a mesma fonte, o arguido está a ser julgado à revelia, visto que se encontra em parte incerta.
De acordo com a acusação, Olindo Silva receberia os valores em numerário ou em cheque, mas o dinheiro não chegava a ser aplicado, visto que não entrava no sistema de contabilidade dos CTT.
O homem foi despedido dos Correios em 2010, depois de em 2008 alguns clientes terem detetado as irregularidades, quando tentaram resgatar o dinheiro, que lhe valeram um processo disciplinar, tendo posteriormente sido alvo da queixa-crime que agora resultou no processo judicial.
Os CTT confirmaram ao JN que vários clientes, entre as dezenas de pessoas de várias freguesias de Guimarães que foram enganadas, já tinham sido ressarcidos.
Os clientes lesados eram, preferencialmente, pessoas idosas e analfabetas, a quem o antigo funcionário entregava o duplicado do comprovativo do investimento, mas sem nunca validar o original no sistema.
Nos 20 anos em que trabalhou nos Correios, Olindo Silva exerceu ainda funções de gestor de loja, gestão da distribuição postal e responsável do serviço de clientes.