Cerca de 40 trabalhadores da empresa de reciclagem “Bracicla”, de Amares, estão desde o início da manhã desta quarta-feira a protestar, à porta da Câmara Municipal de Amares, por causa do impedimento da circulação de camiões entre as 20:00 e as 08:00, uma vez que temem perder os seus empregos se a situação persistir, segundo afirmaram.
Eduarda Pinto, uma das promotoras do protesto, disse “ser esta uma iniciativa apenas dos trabalhadores, porque a situação está a afetar cada vez mais o funcionamento da empresa”.

Filipe Silva, motorista, considerou como “ridículo” o seu patrão “não poder estacionar os seus camiões às horas que necessita, quando as instalações são suas, o terreno é industrial, paga os seus impostos e contribuições, cumpre com toda a gente, está cem por cento legal, inclusivamente apto a criar ainda mais postos de trabalho, mas claro, se não o impedirem”.
A manifestação segue-se a um protesto do proprietário da empresa, António Veloso, que desde sexta-feira mandou estacionar junto aos Paços do Concelho de Amares os camiões que têm de sair mais cedo ou de chegar mais tarde que o horário estipulado pela autarquia.

Segundo o empresário, o estacionamento à porta da Câmara Municipal de Amares “foi a solução provisória, porque além de termos já uma ‘coleção’ de multas no valor superior a três mil euros, a GNR de Amares advertiu-nos que caso os camiões circulem fora dessas horas terão de deter os nossos motoristas com base num alegado crime de desobediência”.

Os estaleiros da “Bracicla” situam-se num terreno industrial da Rua de Santo Aleixo, na freguesia de Figueiredo, em Amares, mas para acederem à empresa têm de passar por um conjunto de residências cujos moradores conseguiram uma decisão judicial favorável, em que o Tribunal Judicial de Amares confirmou competência camarária para fixar o horário.
A posição do presidente da Câmara Municipal de Amares, Manuel Moreira, é “termos de cumprir a lei, pois existe uma decisão judicial a fixar o horário que se quer pôr em causa”, mas refere “compreender a posição do empresário”, por isso “pretendemos criar um novo acesso às instalações dessa empresa, já existe um projeto elaborado pela Câmara e temos falado com os proprietários dos terrenos, para podermos avançar com a sua construção”.