O vice-presidente da Câmara de Amares, Isidro Araújo, vaticinou esta quarta-feira que “em menos de um ano” estará aberto um novo acesso à empresa de reciclagem Bracicla, sanando assim o conflito que opõe a unidade aos moradores. Trabalhadores fizeram um protesto durante a manhã na Câmara.
“O projeto está feito e acredito que em menos de um ano o traçado estará rasgado”, referiu o autarca.
Acrescentou que, neste momento, apenas falta definir quem vai assumir o investimento, que poderá ascender a um milhão de euros.
Isidro Araújo falava aos jornalistas após uma manifestação dos trabalhadores da Bracicla, que se concentraram em frente aos Paços do Concelho para protestar contra as alegadas restrições impostas pela Câmara à circulação dos camiões da empresa no acesso às instalações.
Os trabalhadores dizem que essas restrições já levaram a despedimentos e podem ameaçar os atuais 40 postos de trabalho existentes.
Em causa está um sinal de trânsito colocado pela Câmara, em 2015, na rua de acesso à empresa, que impede a circulação de camiões entre as 20:00 e as 08:00 e que está a “pôr em causa o normal funcionamento da empresa”.
O horário de funcionamento da Bracicla é das 07:00 às 22:00, mas a colocação do sinal limita a ação da empresa.
Segundo o responsável da Bracicla, António Veloso, os trabalhadores são muitas vezes obrigados a desrespeitar o sinal para conseguir responder às exigências dos clientes, o que terá mesmo levado a GNR a “montar piquetes de caça à multa” no local, tendo a empresa já cerca de 3 mil euros em coimas para pagar.
A empresa começou a laborar em julho de 2015, sendo que três meses depois, face à contestação dos moradores, foi colocado um sinal restringindo o acesso à fábrica.
Esta quarta-feira, aos jornalistas, Isidro Araújo disse que a Câmara “está de mãos atadas”, não podendo remover o sinal porque impende sobre ele uma decisão judicial que obriga à sua manutenção.
Mesmo assim, e enquanto o novo acesso não está pronto, o município vai tentar “mediar”, entre a empresa e os moradores, uma solução que vá de encontro às pretensões de ambas as partes.
“Entendemos a importância da laboração da fábrica, que assegura cerca de 40 postos de trabalho, mas também há que respeitar o direito ao sossego das cerca de 10 pessoas que vivem na rua de acesso”, referiu Isidro Araújo.
Os trabalhadores presentes na manifestação foram unânimes no pedido: “deixem-nos trabalhar”.