Um aluno da Universidade do Minho (UMinho) foi o primeiro surdo do país a obter o grau de Doutor em Direito do país, na passada sexta-feira, com o apoio de duas intérpretes.
Após defesa da tese, que tinha como tema a “Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com deficiência no ordenamento jurídico português – O contributo para a compreensão do estatuto jusfundamental”, Filipe Venade de Sousa, de 32 anos, obteve do júri, a classificação de aprovado, com a menção de “Bom com Distinção”, de forma unânime.
“É um marco na história”, explicou o Doutor, natural do Porto, ao “Jornal de Notícias”, acrescentando que quer ser “um modelo para os outros surdos”.
“Apesar de a lei defender a proteção e a valorização da língua gestual como expressão cultural e instrumento de acesso à educação e igualdade de oportunidades, verificando-se algumas lacunas na adaptação dos serviços públicos às necessidades desta minoria”, salienta. “Deve-se exigir do Estado e à comunidade em geral a eliminação destas barreiras”, acrescenta.
Filipe sonha trabalhar no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, com sede em Estrasburgo, França.
“A área de direito é a área que mais gosto. Foi a área que escolhi”, sublinha.