“Alguns admitem que compram ramos para mais que uma namorada”

Dia dos Namorados
"alguns admitem que compram ramos para mais que uma namorada"

Amélia Matos é, no centro da cidade de Famalicão, a florista mais antiga. Com a loja “Florilar”, vulgarmente conhecida como “Amélia Florista”, aberta há 40 anos, e instalada junto à Praçeta Cupertino Miranda (Rua D. Maria II), viu, como aliás, todas as floristas, um incremento de atividade durante o dia de hoje. O mote, claro está, é por ser o Dia dos Namorados.

Em conversa com O MINHO, Amélia revela que “alguns” dos clientes admitem que os dois ou três ramos que levam, com mensagens para “o meu único amor”, são dirigidas a mais do que uma namorada.

“Alguns clientes sim, mas não são assim tantos. Talvez uns dois, nos últimos anos, ou se calhar mais (risos)”, afirma, perante um assunto que é tabu por entre o negócio, ou não tivesse O MINHO questionado mais duas floristas da zona e estas confirmaram que isso acontece, mas nenhuma quis falar à reportagem porque “esses clientes ainda cá vêm comprar mais do que um”.

"alguns admitem que compram ramos para mais que uma namorada"
Montra da “Amélia Florista”. Foto: Fernando André Silva / O MINHO

Amélia não teve problemas em dizer, e até brincou: “Homem que é homem, tem que ter sete mulheres. É o que se costuma dizer”. Traições à parte, a florista explica que os homens só costumam vir comprar flores neste dia, porque no resto do ano são quase sempre as mulheres.

“Este ano, por causa das obras [na Rua D. Maria II], a via passou a ser apenas pedonal, e isso prejudicou-me um pouco”, lamenta, acrescentando que se tem “notado a diferença em relação a outros anos”. E, infelizmente para Amélia, a rua irá manter-se assim de futuro, só para peões. Viaturas, só para cargas e descargas. “Os homens não gostam de andar com as flores na mão e por isso gostam mais de parar ao lado da florista, e agora, aqui, não podem”, revela.

"alguns admitem que compram ramos para mais que uma namorada"
Rua da Praçeta Cupertino Miranda. Foto: Fernando André Silva / O MINHO

Sobre o Dia dos Namorados, Amélia considera que, apenas nos últimos 10 anos, é que se notou o assinalar da data: “Antigamente ninguém vinha comprar nada nesse dia, era um dia como os outros, mas de há uns 10 anos para cá, tem-se notado muita adesão. Foi bom para o negócio”.

Hoje, ainda não sabia ao certo quantas vendas foram, embora tenha sido um dia bom: “Vendemos muitos ramos, muitas rosas soltas, quase tudo para casais”.

O negocio da venda das flores, afirma, “vai existir sempre”, pode é tornar-se um artigo de luxo, por causa do preço. “Os transportes estão cada vez mais caros e os preços sobem. O nosso fornecedor principal é do Equador, porque têm outra qualidade que as da Holanda não têm, nem Portugal”, e isso torna o produto mais caro.

"alguns admitem que compram ramos para mais que uma namorada"
Loja “Amélia Florista”. Foto: Fernando André Silva / O MINHO

Questionada sobre se poderia investir mais em Portugal, Amélia diz que sim, “mas o problema é o inverno, onde a eletricidade é muito cara e quem tem estufas não consegue aquecer para ter rosas, por causa do preço da energia. Não compensa o preço, nem para os produtores, nem para nós, nem para os clientes”, concluiu.

 
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