Declarações após o jogo Benfica-Vitória de Guimarães (1-1, 4-1 no desempate por grandes penalidades), dos quartos-de-final da Taça da Liga de futebol, realizado na quarta-feira no Estádio da Luz, em Lisboa:
João Henriques (treinador do Vitória SC): “Estrategicamente, a equipa esteve muito bem. No processo defensivo, foi exemplar. O nosso guarda-redes fez três defesas e nenhuma delas é extraordinária. O guarda-redes adversário sofreu um golo e fez duas defesas. Em remates enquadrados, se calhar estamos iguais.
O Benfica teve mais oportunidades, mais posse de bola, mas isso foi permitido por nós. Marcámos cedo, permitiu-nos ter este tipo de abordagem. Algum amargo de boca por não conseguirmos a passagem, mas ganhámos mais qualquer coisa com isto de vir aqui fazer este jogo e estar, aos 83 minutos, a ganhar.
A equipa foi solidária e conseguiu superar as adversidades todas que apareceram nos últimos dias. Saímos com um horizonte mais alargado para o que será exclusivamente o campeonato, consolidarmos a nossa posição e olhar para cima.
Os penáltis foram treinados hoje de manhã. Aqueles eram os batedores com mais capacidades para fazer os cinco primeiros penáltis. Infelizmente, o André [Almeida] acertou no poste na primeira, o Poha, na terceira, também não conseguiu fazer o golo, mas não influência absolutamente nada. A decisão das grandes penalidades, por si só, já é um fator de grande ansiedade, mas os jogadores estão habituados a isto. Não critico nenhum jogador quando tem um erro técnico, porque ele não faz de propósito. Desde que esteja focado taticamente, as coisas vão aparecer. Seja o Poha, seja o André, não há problema nenhum, conto com eles na mesma, são dois jogadores do Vitória com qualidade e futuro.”
Jorge Jesus (treinador do Benfica): “Não precisávamos de chegar às grandes penalidades para passar a eliminatória, pelo que fizemos nos 90 minutos. Jogámos praticamente dentro do meio campo do Vitória, obrigámos o Vitória a jogar atrás. A força do futebol ofensivo do Benfica é muito grande, obriga as equipas todas a jogarem quase sempre dentro da sua grande área, onde estão 18, 19 jogadores. O espaço fica reduzido, mas a equipa do Benfica tem uma forma de jogar em ataque posicional de muita qualidade com pouco espaço.
Foi um bom jogo, em função do momento e da forma como nós tivemos de jogar na zona de decisão, onde para entrar ali é preciso ter magia e qualidade. Tivemos momentos onde podíamos ter feito golo.
Há quem diga que é lotaria, mas é mentira. As grandes penalidades é qualidade, os que marcam mais são melhores. Marcar um penálti não é sorte, é qualidade. Quem defende um penálti é qualidade.
Na primeira parte, os nossos dois avançados, o Luca [Waldschmidt] e o Darwin, estavam a jogar muito longe um do outro. O nosso corredor central não funcionava. O lado esquerdo ainda conseguiu criar algumas situações de corredor, o lado direito não conseguiu. Sabia que a entrada do Seferovic, um jogador com poder na área, obrigava a ter mais bola no corredor central, e precisava de um jogador que ganhasse mais bola no corredor direito, o Gilberto fez isso muito bem.
O Benfica fez um golo, mas antes teve ‘n’ oportunidades para empatar. O Benfica não teve sorte nenhuma em chegar à igualdade, pelo contrário. O Benfica devia ter chegado aos 90 minutos com a eliminatória resolvida. Os jogadores do Benfica marcam muito bem grandes penalidades e estava confiante, mas não queria que isso acontecesse. Nas substituições que fui fazendo, fui pondo sempre a equipa mais em risco para que não fôssemos às grandes penalidades.”