Albaneses que roubaram casas de luxo no Minho (e o carro à GNR) começam a ser julgados

Crime

O grupo albanês que residia na Galiza e assaltava no Minho, tendo em poucos meses furtado dinheiro e artigos no valor de mais de meio milhão de euros, com um dos três suspeitos a conseguir fugir para Espanha num carro da própria GNR com duas armas de calibre de guerra dentro da viatura policial que roubou, começará a ser julgado sexta-feira em Braga.

As audiências decorrerão no Palácio da Justiça de Braga com vigilância reforçada pelo Grupo de Intervenção e Segurança Prisional (GISP), devido aos antecedentes em Vila Nova de Cerveira, quando um dos três suspeitos, Desard Marku, que continua a monte, a 24 de fevereiro deste ano, aproveitou um carro da GNR ter a chave na ignição e se colocou em fuga.

Serão agora julgados os outros dois suspeitos, Edi Gjonaj e Artur Zisko, também albaneses, ambos em prisão preventiva, pelas acusações de associação criminosa, de furto qualificado e de falsificação de documentos, tendo Edi Glonaj cadastro por crimes da mesma natureza, tendo, a dupla que se sentará no banco dos, réus o primeiro 43 anos e o segundo 46 anos.

Graças à Guardia Civil o carro, as duas armas e documentos de identificação de militares da GNR foram recuperados no dia seguinte e devolvidos ao Grupo de Intervenção de Operações Especiais (GIOE) da Guarda Nacional Republicana, na ocasião a apoiar os elementos do Núcleo de investigação Criminal (NIC) do Destacamento Territorial da GNR de Braga.

A Guardia Civil de Pontevedra estava, aliás, a fazer desde há algumas semanas atrás, um trabalho conjunto com a GNR de Braga, através de Ordem Europeia de Investigação, entre Espanha e Portugal, tendo dando lugar a uma operação, a Gerbera-Arvoredo, devolvendo à GNR as suas pistola-metralhadora MfG&Thomet AG 9mm e shot-gun Fabarm 12mm.

Segundo a acusação do Ministério Público, foram furtados dinheiro e artigos de luxo com valor superior a mais de meio milhão de euros, especialmente em Braga, em Famalicão e em Esposende, entre finais de 2021 e inícios de 2022, sendo que no concelho de Braga atuaram mais em Nogueiró e em Gondizalves, tal como O MINHO então reportou.

A quadrilha falava por walkie-talkies, para não ser detetada pelas autoridades policiais, tinha um detetor de sinais de rede e outros aparelhos tão sofisticados que a GNR de Braga pretende revertam a seu favor, entrando de noite em vivendas de luxo, quando não estavam os moradores, evitando entrar pelas portas ou janelas com foto células de sensor de alarme.

Ainda segundo o MP, os três albaneses privilegiavam o dinheiro ‘vivo’, as joias e os relógios, tendo intensificado a sua ação aquando dos dias mais próximos do Natal de 2021, por se aperceberem haver mais casos de ausência dos locatários, numa época que em Braga os furtos criavam intranquilidade e se pensava contratar segurança privada para vigiar as ruas.

Os elementos do grupo deslocavam-se diariamente entre a Galiza e o Minho, tendo arrendado uma moradia em O Rosal, perto da fronteira com Valença, pela qual pagavam três mil euros de renda mensal, só que escondiam os objetos para os furtos numa bouça, em Candemil, Vila Nova de Cerveira, onde a GNR deteve, em flagrante delito, dois dos três suspeitos.

A GNR de Braga apreendeu o Mercedes e o Audi utilizados pelos suspeitos, para as suas deambulações entre Espanha e Portugal, colocando sempre chapas de matrículas falsas, mas com o denominador de corresponderem a outros automóveis das mesmas marcas e modelos, para não levantarem suspeitas quando passavam a fronteira e pelas autoridades policiais.

O grupo é suspeito de deslocar-se rapidamente entre os dois países ibéricos, através da A3 e da A28, enquanto nos furtos às residências minhotas caberia a Desard Marku ficar ao volante e a vigiar as imediações, ficando a dupla que agora será julgada, Edi Gjonaj e Artur Zisko, com encargo de entrar nas casas e levar o mais valioso, falando-se por walkie-talkies.

Segundo refere a acusação do Ministério Público, o primeiro dos furtos terá sido cometido na madrugada de 8 de outubro de 2021, em Gondizalves (Braga), enquanto o último caso se verificou a 24 de fevereiro de 2022 em Aveleda (Braga), poucas horas antes de terem sido detidos, em Vila Nova de Cerveira, no Alto Minho, dois dos três suspeitos dos assaltos.

 
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