A Câmara Municipal de Melgaço anunciou hoje que vai avançar com uma providência cautelar para travar o alargamento da produção de Alvarinho a todos os concelhos da Região dos Vinhos Verdes (RVV).
- Anúncio -
Em comunicado, a autarquia justificou a posição com a publicação, em Diário da República (DR), da portaria 152/2015, que regulamenta o alargamento.
“O município de Melgaço recebeu hoje, com repúdio e indignação, a publicação da portaria que vem viabilizar o alargamento da produção de Vinho Alvarinho fora da Sub-Região de Monção e Melgaço, alargando-a a toda a RVV”, lê-se na nota enviada à imprensa.
Para o presidente da Câmara, o socialista Manoel Batista, citado no documento, “trata-se de um erro crasso que o município vai contestar através de uma providência cautelar”.
“Alertámos o Governo, por diversas vezes, para os aspetos nefastos deste processo, ferido de ilegalidades, e que não serve nem a região nem o país”, sustentou o autarca
A portaria agora publicada resultou de um acordo alcançado em janeiro passado pelo Grupo Trabalho do Alvarinho (GTA), constituído pelo Governo para negociar a denominação daquele vinho, cuja exclusividade de produção é detida pela sub-região, constituída pelos municípios de Melgaço e Monção.
O acordo alcançado pelo GTA, liderado pela Comissão de Viticultura dos Vinhos Verdes (CVRVV), prevê o alargamento da produção daquele vinho aos 47 municípios que a integra a Região dos Vinhos Verdes (RVV).
O acordo foi aceite por Monção, que tem cerca de 900 hectares de terrenos dedicados exclusivamente à produção daquele vinho.
Já os 600 produtores de Melgaço, acionistas da empresa “Quintas de Melgaço”, cuja maioria do capital é detido pela autarquia local, contestam o acordo por considerarem que “prejudica” a sub-região.