ARTIGO DE EDUARDO FERNANDES
Secretário-Geral JSD Guimarães e Vice-Presidente JSD Distrital Braga
A Câmara Municipal de Guimarães brindou-nos no final de Fevereiro com uma “Super Incubadora de Nível Nacional”, segundo o que dizem os mesmos. Mas, afinal o que é e como é que funciona esta “super incubadora”?
Chama-se “Set.Up Guimarães” e promete revolucionar a vida dos jovens empresários de Guimarães em quatro áreas, que segundo o seu site são as áreas: criativas, tecnológicas, industriais e sociais.
É sem dúvida, algo a saudar. Só é pena é que venha com 4/5 anos de atraso comparativamente às cidades vizinhas que continuam a “dar cartas” através deste tipo de iniciativa. Estranha-se esta demora, uma vez que, desde 2010 a JSD Guimarães apresenta propostas na Assembleia Municipal, para a criação de uma entidade deste género, a que chamamos Gabinete de Apoio ao Empreendedorismo. Mas o mote aqui não é desvalorizar, mas sim analisar e tentar valorizar.
A Set.Up Guimarães, divide-se por três localizações distintas onde irão funcionar três “Sub-Incubadoras” todas direcionadas para áreas diferentes. As localizações vão desde a Plataforma das Artes e Criatividade onde irá ser instalada a LabPac que será a incubadora responsável por acolher as iniciativas de cariz criativo passando por São Jorge de Selho, onde irá ser instalada a PevFactory que é a incubadora de cariz Industrial. Acabamos no Avepark onde ficará instalada a TecPark, a sub-incubadora que ficará responsável por acolher as Startups de cariz tecnológico. Em relação a esta última, é importante referir que as instalações onde a mesma se localiza já pertencem à Câmara Municipal desde 2008 e que na altura foram criadas para este mesmo fim, mas que só depois de 10 anos e 3 milhões de prejuízo é que se vai (espero eu) dar algum uso ao espaço.
Como disse no inicio, é de saudar, mas é algo em que não nos podemos “fiar” pois a Câmara Municipal de Guimarães já mostrou que não sabe gerir com muita precisão este tipo de iniciativa. É também importante, uma vez que as Startups de cariz criativo terão que abandonar o espaço após três anos, que se crie nesta “Super-Incubadora” uma vertente de investimento que permita mais facilmente a privados (outras empresas) acompanharem o desempenho e evolução das empresas de cada uma das sub-incubadoras e que possam assim, ter mais facilidade em investir nas mesmas (que é aquilo que já faz desde 2013 a “Famalicão Made In” incubadora da cidade de Vila Nova de Famalicão). Vou ainda mais longe, e digo que a própria Câmara Municipal deveria estar atenta e criar fundos para poderem investir nestas Startups para que criem emprego no nosso concelho e para que o mesmo não sirva apenas de plataforma lançadora de grandes projetos, mas que depois não consegue acompanhar o crescimento dos mesmos, como temos visto.
É uma boa iniciativa, só espero que seja melhor gerida pela DDE (Divisão de Desenvolvimento Económico da CMG) do que têm sido este tipo de iniciativas ultimamente.
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