Ex-deputado de Ponte de Lima processa correligionário de Braga

Um gestor limiano, José Pires da Silva, antigo deputado do CDS/PP na Assembleia de República, processou criminalmente o seu correligionário Miguel Brito, um advogado que já foi vereador na Câmara Municipal de Braga, acusando este por alegados crimes de burla e falsificação de documentos, supostamente para ficar-lhe com 48 mil euros, em proveito próprio. Mas o ex-vereador centrista em Braga nega todas as imputações.

José Miguel de Azevedo Brito, de 43 anos, está a ser assim já julgado no Palácio da Justiça de Braga, acusado de enganar José Martins Pires da Silva, de 63 anos, sendo acusado de falsificar a assinatura deste para vender quatro terrenos, por 480 mil euros. tendo alegadamente ficado com 10 por cento para si próprio, o que Miguel Brito disse ser mentira já durante a primeira audiência e perante o juiz, Emídio da Rocha Peixoto.

José Martins Pires da Silva, de Ponte de Lima, que é cônsul honorário de Portugal em Orense, Espanha, queixou-se que o advogado Miguel Brito, sempre à sua revelia, teria falsificado a sua assinatura a fim de vender os terrenos, suficientes para três lotes, na zona de Ofir, em Fão, concelho Esposende, o que Miguel Brito também contesta, pois refere que o documento foi emitido pelo então seu cliente e amigo José Pires da Silva.

Segundo a acusação, José Miguel Azevedo Brito terá celebrado um contrato promessa de compra e venda dos quatro imóveis no valor global de 480 mil euros, no dia 4 de abril de 2014, recebendo a título de sinal 48 mil euros, o valor correspondentes a 10 por cento do negócio, ficando ainda com um cheque de 32 mil e 16 mil em numerário.

O cheque terá sido depois entregue por Miguel Brito a um amigo, industrial em Vila das Aves, que o depositou numa sua conta, dando logo esse dinheiro ao ex-vereador, que referiu representar a empresa dona dos terrenos, Seara do Outeiro, em Esposende.

Terrenos hipotecados

De acordo com a acusação do Ministério Público, a situação teria sido facilitada por Miguel Brito saber que os terrenos, onerados por uma hipoteca voluntária a favor do Barclays Bank, para garantir a quantia de um milhão e 615 mil euros, teriam vários interessados, entre eles um comerciante, José Carregosa Faria Vasco, de Esposende, que por sua vez, fez chegar essa proposta, de Miguel Brito, a dois outros possíveis compradores, um seu familiar, Valdemar Carregosa de Faria e José Paulo Gonçalves, da Póvoa de Varzim, que aceitaram esse preço de 480 mil euros pelos quatro terrenos.

Miguel Brito terá conseguido levar os três interessados a pagar-lhe os 48 mil euros de sinal, porque, segundo o Ministério Público, intitulava-se representante da Seara do Outeiro, exibindo uma procuração supostamente com falsificação da assinatura de José Martins Pires da Silva, esse sim, o procurador da Seara do Outeiro – Sociedade Portuguesa de Construções de Qualidade, SA e ficando com todo o dinheiro, para si, o que Miguel Brito nega, dizendo que todo o dinheiro teria ido para dois intermediários.

 
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