O presidente da Câmara de Cabeceiras de Basto, Francisco Alves, manifestou-se hoje “surpreendido” com a renúncia aos pelouros da sua “vice”, Isabel Coutinho, e adiantou que irá assumir os pelouros que ela detinha.
Em comunicado, Francisco Alves lamenta que “eventuais discordâncias se tenham sobreposto aos ideais e ao projeto que abraçaram juntos para o concelho de Cabeceiras de Basto, quando aceitaram integrar as listas do Partido Socialista às eleições autárquicas de 2013 para a Câmara Municipal.
Na sexta-feira, Isabel Coutinho anunciou a renúncia aos pelouros que detinha na Câmara de Cabeceiras de Basto, por “descontentamento” e “discordância” com a forma como vêm sendo geridos os destinos do município.
Isabel Coutinho alegou que, ao longo do tempo, foi sentindo “limitações que obstaram ao exercício da gestão plena de autonomia funcional, designadamente pela escassez de recursos humanos e operacionais”.
Disse ainda que, por diversas vezes, foram tomadas decisões em matérias da sua responsabilidade, legal e política, ou sem o seu conhecimento ou com a mera comunicação das mesmas.
Além disso, afirmou discordar com o facto de opções estratégicas e políticas de ordem vária serem discutidas e entregues a pessoas a quem não reconhece “competência nem legitimidade democrática e política para tal”.
Na reação à renúncia de Isabel Coutinho, o presidente da Câmara sublinha que as orientações e as opções da gestão municipal resultam do cumprimento de um programa que o PS apresentou ao eleitorado e que tem tido o apoio “atento e inequívoco” do partido.
Isabel Coutinho foi vereadora sem pelouros até dezembro de 2014, altura em que o então presidente da Câmara, China Pereira, a convidou para assumir várias pastas, a tempo inteiro.
Ficou com os pelouros da Educação, Formação e Inserção, Cultura, Ação Social e Saúde, Toponímia, Associativismo, Juventude, Desporto, Lazer e Tempos Livres, Desenvolvimento Económico (Turismo, Comércio, Transportes, Florestas e Mundo Rural).
Em março de 2015, China Pereira demitiu-se da presidência da câmara, por se sentir “humilhado” com as críticas públicas que lhe foram feitas pelo seu partido (PS).
Em causa, um comunicado emitido em 25 de dezembro, em que a Concelhia acusava China Pereira de “falta de palavra”, por ter decidido nomear um segundo vereador a tempo inteiro, alegadamente violando o compromisso assumido com o partido e com os eleitores.
Na sequência da demissão de China Pereira, ascendeu à presidência Francisco Alves, que “promoveu” Isabel Coutinho a vice-presidente.
Uma “promoção” que, refere agora Francisco Alves, é reveladora do seu grau de confiança em Isabel Coutinho.
O autarca diz esperar que, a partir de agora, Isabel Coutinho, que se vai manter como vereadora sem pelouros, dê o seu “contributo positivo” para o funcionamento e para as decisões do executivo municipal, “em prol do concelho e dos cabeceirenses e no respeito pelos princípios e programa apresentados pelo Partido Socialista e votados democraticamente”.
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