Benfica conquista Supertaça

A maior frieza e experiência dos avançados do Benfica valeram hoje a conquista da sexta Supertaça Cândido de Oliveira de futebol, com uma vitória por 3-0 sobre o Sporting de Braga, que ‘só’ falhou no capítulo da pontaria.

À justeza do desfecho no Estádio Municipal de Aveiro, os minhotos apenas podem contra-argumentar com uma série de oportunidades falhadas quando o resultado se encontrava apenas em 1-0 (golo de Cervi aos 10 minutos), até ao restantes tentos dos ‘encarnados’ (Jonas, 75, e Pizzi, 90+2).

Não se pense, no entanto, que o tricampeão nacional teve 100 por cento de eficácia, antes pelo contrário, pois também dispôs de várias oportunidades e, durante grande parte do tempo, manteve um controlo em modo ofensivo bastante consistente.

A equipa de Rui Vitória, sem Eliseu (chegou mais tarde à preparação da época), Ederson, Jardel e André Almeida (lesionados), contou, na defesa, com o guarda-redes Júlio César, Luisão e Lindelof a centrais, Grimaldo e Nelson Semedo nas laterais.

Daí para a frente, nota para a titularidade dos reforços André Horta (ex-Vitória de Setúbal) e Cervi (ex-Rosário Central), a meio-campo, e uma combinação de tricampeões nacionais, num 4x4x2 com a dupla de avançados Jonas e Mitroglou, apoiada ainda por Fejsa e Pizzi.

Rafa contra o Benfica na Supertaca

Os bracarenses, por sua vez, contando com Pedro Tiba, apresentaram um ‘onze’ exclusivamente composto por jogadores que transitaram da época anterior, com destaque para o campeão europeu Rafa e o francês Boly, que nos últimos dias têm sido alvo de grande especulação quanto às suas possíveis transferências.

Quem melhor aproveitou o nervo inicial foi o argentino Franco Cervi, aos 10 minutos, que entrou em velocidade pelo lado esquerdo e, depois de tirar dois adversários do caminho, rematou sem hipóteses para Marafona.

Aos 15, Nelson Semedo rematou de fora da área e a bola tabelou num defesa e na trave, quase traindo o guardião minhoto, aproveitando algum desnorte bracarense, remetido à sua intermediária graças à pressão ‘encarnada’.

O Sporting de Braga só respondeu aos 23 minutos, quando Pedro Santos ‘investiu’ sozinho e rematou da zona frontal, contrariado por uma defesa apertada de Júlio César, e aos 38, quando Rafa falhou o remate de primeira, no bico da pequena área, após cruzamento da esquerda.

A primeira parte terminou com os bracarenses mais afoitos e o Benfica bem mais atrás, no que apenas resultou um remate potente de Marcelo Goiano, a dois minutos do intervalo, para nova intervenção aplicada de Júlio César.

Já no segundo período, a primeira oportunidade de golo pertenceu ao Sporting de Braga (51), mas Pedro Tiba chegou uns centímetros atrasado ao cruzamento de Rafa.

Jonas respondeu cinco minutos depois, com um remate da zona frontal, após boa jogada de Cervi pela esquerda, mas a bola foi travada por André Pinto, o que repetiu pouco depois, mas com Boly no caminho.

José Peseiro foi o primeiro a mexer (64), fazendo entrar Wilson Eduardo para a vez de Pedro Tiba, o que antecedeu nova oportunidade para os minhotos, mas Júlio César saiu-se bem aos pés de Rafa.

Aos 68, Mitroglou deu o lugar a Raul Jiménez, pelo Benfica, enquanto Stojiljkovic foi substituído por Hassan: tudo apostas ofensivas.

No lance imediato, Rafa, depois de ter passado por Júlio César e com a baliza à mercê, rematou à malha lateral.

A um quarto de hora do final, e depois de uma fase de enorme poderio minhoto, Jonas escapou à marcação e recebeu um passe milimétrico de Pizzi para fazer o segundo golo da partida.

Mauro, Baiano e Rafa ainda tentaram o sucesso mais algumas vezes, mas a bola saiu sempre um pouco mais ao lado do que o pretendido ou parou nas mãos de Júlio César.

Dois minutos depois do período regulamentar, e já com os bracarenses completamente inclinados para o ataque, Pizzi fez um ‘chapéu’ a Marafona e a vários defesas adversários, ‘selando’ o desfecho.

Reações

José Peseiro (Treinador do Sporting de Braga): “Com a exceção dos primeiros 15 minutos, em que assumo que o Benfica foi mais forte e em que não mostrámos organização, intensidade e agressividade indispensáveis para não sofrer o que sofremos então, tudo o resto, em 70 ou 75 minutos de jogo, merecíamos outro resultado.

É certo que o Benfica fez três golos e nós nenhum. Mas custa muito aceitar um resultado destes face ao que fizemos no jogo: Júlio César com mais defesas que Marafona, tivemos mais remates, mais ataques que o Benfica.

Quando mudámos de 4x3x3 para 4x4x2 jogámos tanto ou mais que o Benfica. Mas faltou eficácia e isso é nossa responsabilidade. O resultado é o que fica, mas é tremendamente injusto.

Se empatássemos [quando estava apenas 1-0], o Benfica estava temeroso e com problemas de organização e capacidade de nos segurar. Mas não conseguimos.

Rafa teve duas boas situações, mas há mais do que essas. Estávamos mais pressionantes e com capacidade para criar desequilíbrios.

Há que dar os parabéns aos meus jogadores. Não estamos satisfeitos, estamos bem tristes, pois não gosto de vitórias morais. Saio com sentimento que a equipa poderia ter conseguido outro resultado.

Este é o Braga que queremos, a jogar assim, olhos nos olhos e sem medo ou receio, mas com mais felicidade do que hoje.

Foi um grande jogo, para primeiro da época. De enaltecer o facto de as duas equipas terem mostrado que queriam vencer. Com um mês e uma semana de trabalho, jogámos assim contra o campeão e com bons níveis de confiança. A equipa ergueu-se e conseguiu pegar num jogo que começou mal.”

Rui Vitória (Treinador do Benfica): “Foi uma vitória justa, mas também digo que foi um jogo muito bem disputado, contra uma boa equipa, que nos dificultou muito a tarefa. Fizemos uma meia-hora inicial de grande qualidade, com grande dinâmica e aí podíamos ter resolvido a partida.

Naturalmente, o Sporting de Braga reorganizou-se e causou-nos problemas, a seguir. Na segunda parte quisemos ser criteriosos nas saídas para o ataque e ‘matar’ o jogo, o que aconteceu. Não posso deixar de valorizar o Sporting de Braga. Mas a minha equipa podia ter resolvido o jogo mais cedo.

O jogo foi muito bom, para o primeiro da época, com intensidade alta. O Sporting de Braga tem uma belíssima equipa, mas o Benfica esteve sempre muito coeso e forte. Não me surpreendeu que o jogo pudesse ter tido golos numa baliza ou noutra. Há jogos assim, que parece que têm vida própria.

Nós queremos sempre ganhar. Havia um título em questão e nós entramos sempre para ganhar. Amanhã, já estaremos a pensar no Tondela. Se não formos competentes, esta vitória não resolve nada.

Queremos ter sucesso, mas estamos numa fase inicial, com muitos jogos pela frente. Ganham-se campeonatos trabalhando arduamente.

Queríamos ter esta dinâmica de jogo e conseguimos, a espaços. É evidente que ainda estamos a crescer.”

Franco Cervi (jogador do Benfica, melhor jogador da Supertaça): “Sinto uma grande satisfação pela conquista da Supertaça, prepará-mo-nos muito para esta partida. Foi uma vitória muito importante e há que continuar assim. Ganhando, trabalha-se de forma mais tranquila para os jogos seguintes.”

Ficha do Jogo

Jogo disputado no Estádio Municipal de Aveiro.

Benfica – Braga, 3-0.

Ao intervalo: 1-0.

Marcadores:

1-0, Cervi, 10 minutos.

2-0, Jonas, 75.

3-0, Pizzi, 90+2.

Equipas:

– Benfica: Júlio César, Nélson Semedo, Luisão, Lindelof, Grimaldo, Fejsa, André Horta, Pizzi, Cervi (Salvio, 86), Jonas (Samaris, 78) e Mitroglou (Raul, 68).

(Suplentes: Paulo Lopes, Lisandro, Samaris, Carrillo, Salvio, Gonçalo Guedes e Raúl Jimenez).

Treinador: Rui Vitória.

– Sporting de Braga: Marafona, Baiano, Boly, André Pinto, Goiano, Mauro, Vukcevic, Tiba (Wilson, 65), Pedro Santos (Djavan, 88), Rafa e Stojiljkovic (Hassan, 68).

(Suplentes: Matheus, Djavan, Rosic, Bakic, Alan, Wilson Eduardo e Hassan).

Treinador: José Peseiro.

 

Árbitro: João Capela (AF Lisboa).

Ação disciplinar: Cartão amarelo para Marcelo Goiano (06), Nélson Semedo (31) e Grimaldo (53).

Assistência: 28.796 espetadores.

 

Notícia atualizada às 0h51

 

logo Facebook Fique a par das Notícias do Braga. Siga O MINHO no Facebook. Clique aqui

 
Total
0
Partilhas
Artigos Relacionados