O Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Serviços e de Entidades com Fins Públicos (STTS) convocou uma greve para 16 de maio para os trabalhadores da administração pública, devido à degradação das condições de trabalho e falta de valorização.
Num comunicado, hoje divulgado, a estrutura sindical disse que os trabalhadores da administração pública estão “fartos de baixos salários, de desvalorização das carreiras, de promessas vazias e de uma gestão que não reconhece a importância dos serviços públicos para a sociedade”.
O sindicato deu ainda conta de uma lista de reivindicações, em vários setores que começa pela “criação do estatuto do pessoal de ação educativa, garantindo condições dignas e estabilidade profissional” e pelo “fim da cedência unilateral de trabalhadores de ação educativa a entidades parceiras”.
Os trabalhadores exigem ainda a reposição da carreira de agente único de transportes coletivos, a implementação do cartão refeição na administração pública, com um valor diário de 10,20 euros, isento de impostos, e o cumprimento e revisão de acordos coletivos de trabalho e acordos de empresa, assegurando direitos adquiridos.
A lista de reivindicações passa ainda pela revisão do sistema de avaliação SIADAP, “garantindo a manutenção dos pontos adquiridos e a reposição dos pontos retirados injustamente”, bem como a sua regularização “referente aos períodos de 2019/2020 e 2021/2022”.
As exigências apresentadas pelo sindicato incluem ainda a “aplicação do subsídio de risco na carreira de técnico auxiliar de saúde e enfermagem”, a “revisão dos acordos coletivos na sequência da implementação da carreira de técnico auxiliar de saúde” e a “contratação urgente de pessoal, evitando turnos excessivos de até 17 horas, que prejudicam a saúde dos trabalhadores e a qualidade dos serviços prestados”.
Os assistentes operacionais, assistentes técnicos e técnicos auxiliares de saúde “estão no centro do funcionamento da administração pública. São eles que asseguram o dia-a-dia dos serviços essenciais à população. No entanto, enfrentam salários irrisórios, carga horária extenuante e a falta de progressão profissional”, lamentou o sindicato, no comunicado.
“Atualmente, cerca de 749 mil trabalhadores da administração pública enfrentam condições salariais insuficientes, sendo que muitos deles estão no salário mínimo, fixado em 878,41 euros para 2025. Esta realidade reflete a falta de valorização dos profissionais que garantem o funcionamento dos serviços públicos essenciais”, criticou.
“Os trabalhadores das carreiras mais baixas exigem do Governo, deste e de todos os que virão, que pautem a sua atuação por valores morais e éticos, garantindo equidade no tratamento das carreiras mais baixas face às demais carreiras da Administração Pública”, indicou, salientando que pretende “do Governo respostas concretas e imediatas”.