O Museu D. Diogo de Sousa, em Braga, é a partir de hoje o dono formal de uma coleção de arqueologia do mundo clássico do Mediterrâneo, composta por cerca de 350 peças doadas por um casal alemão.
A coleção está avaliada em mais de 6 milhões de euros e integra peças gregas, etruscas e romanas, entre escultura de mármore, mosaicos, vasos cerâmicos ou em vidro, elementos figurativos em cerâmica ou bronze e adornos de metais preciosos.
Cerca de 300 peças já tinham sido doadas há uns anos ao Museu D. Diogo de Sousa, juntando-se hoje mais 37.
Destas 37, o destaque vai para um jarro com asa figurativa, em bronze, do final do século VI antes de Cristo, e para uma escultura de galgo lacónico, em mármore, do século II depois de Cristo.
“É uma coleção avaliada em mais de 6 milhões de euros”, disse Florindo Cardoso, falando em representação do casal doador das peças.
O contrato de doação foi hoje assinado, numa cerimónia em que foi também apresentado o esboço do projeto de uma nova ala do museu, que será batizada com o nome do casal alemão e que será destinada expressamente à exposição da coleção.
Segundo a diretora do museu, Maria José Sousa, ainda não há qualquer data prevista para a concretização da nova ala, sendo que, entretanto, algumas das peças doadas estão à mostra num espaço dedicado a exposições temporárias.
“Para já, estamos a falar de um conjunto de intenções, ainda em desenvolvimento”, apontou, sublinhando que é ainda necessário garantir o financiamento para a obra.
A exposição foi doada pelo casal alemão Marion e Hans Peter Bühler-Brockhaus, distinguido este mês com a medalha de ouro da cidade de Braga.
A génese da coleção agora doada remonta a 1959, quando Hans Peter adquiriu num leilão, em Estugarda, seis ampolas de peregrino do santuário de St. Menas, Egito, datáveis do século VI, do arqueólogo Carl Maria Kaufmann.
Ao longo dos anos, muitas peças integraram a coleção do casal, muitas recebidas como oferta ou por herança.
Radicado em Portugal desde 2006, o casal decidiu, em 2015, doar a sua coleção de arte clássica a um museu português, para a tornar acessível ao público, tendo optado pelo Museu D. Diogo de Sousa.
Na escolha pesaram os factos de este museu já dispor de uma exposição permanente dedicada à arqueologia do Norte e de ter um laboratório de restauro.