O presidente da Associação Empresarial do Minho (AEMinho), Ricardo Costa, pediu ao Governo uma descida da carga fiscal por forma a permitir um aumento salarial generalizado para os trabalhadores portugueses.
A reivindicação foi feita durante um encontro com primeiro-ministro, António Costa, bem como outros membros do Governo.
Ricardo Costa é conhecido por ter um “departamento da felicidade” no seu universo empresarial, sediado em Braga, para além de oferecer férias aos seus trabalhadores em locais paradisíacos e de pagar ordenados sempre muito acima do salário mínimo nacional.
A AEMinho recebeu quarta-feira o primeiro-ministro, António Costa, a ministra da Presidência, Maria Vieira da Silva, o ministro da Economia e do Mar, António Costa e Silva, e a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, no âmbito da iniciativa Governo + Próximo, que decorreu estes dias no distrito de Braga, tendo culminado esta quinta-feira, com a reunião do Conselho Ministros, no Mosteiro de Tibães.
O evento decorreu em Guimarães e contou com a presença dos órgãos sociais da AEMinho, os referidos membros do Governo e o presidente da Câmara Municipal de Guimarães, Domingos Bragança, entre outros responsáveis.
Na sua intervenção, o presidente da AEMinho, Ricardo Costa, começou por agradecer desde logo o facto de o primeiro-ministro ter aceitado o desafio lançado pela Associação Empresarial do Minho de realização deste Conselho de Ministros na região do Minho.
Mais uma vez, o presidente da AEMinho realçou algumas das bandeiras daquela associação, nomeadamente “a necessidade de um esforço conjunto entre empresas e Governo no sentido de criar condições para que os trabalhadores recebam salários mais elevados que lhes permitam fazer face a cenários como a inflação, bem como aumentar significativamente a sua qualidade de vida”.
Na pessoa de Ricardo Costa, a AEMinho voltou a disponibilizar-se para ser um agente ativo no estímulo ao esforço dos empresários em aumentarem salários, mas reiterou que esse esforço também tem de ser feito pelo Governo, com a redução da carga fiscal sobre o trabalho.
A visão daquela associação empresarial é que trabalhadores e empresários são parte de um ecossistema comum e faces da mesma moeda ao invés de entidades com interesses divergentes, foi reafirmada pelo Presidente da AEMinho, contrariando a generalidade da retórica oportunamente utilizado pela classe política.
Ricardo Costa manifestou “preocupação com as fragilidade na execução do PRR e nas consequência em termos de competitividade relativa que isso tem para a economia”, realçando”a nossa preocupação com os jovens que formamos em Portugal e imigram em busca de melhores condições do que as que o país consegue dar e reiterou a sua apreensão em relação à credibilidade das instituições do Estado que têm vindo a ser constantemente fragilizadas o que penhora a nossa credibilidade internacional”.
A questão da mão de obra e da formação e importação de talento foi também abordada, com Ricardo Costa a agradecer “a flexibilização concedida pelo Governo, sob proposta da AEMinho, no que respeita a obtenção de vistos para quem venha trabalhar para Portugal” e ao mesmo tempo “reforçou a expectativa de uma maior cooperação entre ensino e mundo empresarial, no sentido de criar uma correspondência entre o que é a oferta de formação e as necessidades do mercado”.
“O caminho da cooperação empresarial como fator de alavancagem dos negócios, dos processos de internacionalização em detrimento da competição interna”, foi também veiculada pelo presidente da AEMinho, dando ênfase aquilo que tem sido a retórica da associação empresarial nos seus dois anos de existência.
“Conte com a AEMinho para realizar o caminho da cooperação no sentido do crescimento e valorização económica da região, mas também com a sua visão crítica, mas construtiva nos diversos momentos e cenários da vida do país”, concluiu Ricardo Costa, dirigindo-se aos governantes presentes no encontro.