Braga debate importância das plantas autóctones na requalificação ambiental das cidades

Na segunda-feira

A Escola de Ciências da Universidade do Minho (ECUM) promove em parceria com a Câmara de Braga, na segunda-feira, no Museu D. Diogo de Sousa, o encontro “Fleurs Locales – dar vida à cidade com plantas autóctones”.

A iniciativa conta com a presença de especialistas em botânica que irão abordar a importância das plantas autóctones na requalificação ambiental, incluindo espaços urbanos.

O encontro insere-se no âmbito do projeto Interreg Sudoe “Fleurs locales”, que tem como principal objetivo ”a exploração de sementes de plantas nativas, para recuperar solos degradados”, avança Hernâni Gerós, investigador no CBMA – Centro de Biologia Molecular e Ambiental.

Na parte final do evento será promovido um passeio ecológico-botânico ao Parque Urbano das Camélias, requalificado com várias espécies autóctones que será brevemente objeto de uma inventariação da sua fauna e flora. “Pretende-se valorizar cobertos vegetais com misturas de espécies autóctones e reverter a ideia de que um parque urbano deve ser excessivamente cuidado ou aparado, o que prejudica o desenvolvimento das plantas e diminuiu a diversidade da flora” explica Hernâni Gerós, reforçando que “um parque com uma aparência rústica e natural cria um ambiente rico e vibrante para a fauna local e relaxante para os visitantes”.

Projeto Interreg Sudoe “Fleurs locales”

A iniciativa programada visa a promoção da biodiversidade, “no contexto atual de erosão progressiva da biodiversidade em consequência da agricultura intensiva e das alterações climáticas”, acrescenta António Teixeira, investigador do projeto Interreg Sudoe “Fleurs locales”. O trabalho está a ser desenvolvido em Portugal, Espanha e França, onde estão a ser “otimizadas diferentes misturas de sementes de espécies nativas, ou autóctones, para cobertos vegetais em vinhas, prados floridos, jardins urbanos ou áreas danificadas por incêndios”, revela o responsável.

No nosso país, a ECUM, em parceria com a empresa Sogrape Vinhos, está a desenvolver ensaios em vinhas do Douro semeadas com espécies herbáceas nativas (trevos, gramíneas, línguas de ovelha, entre outras), que protegem da erosão, promovem o enriquecimento do solo em nutrientes e previnem a perda de água na época estival devido ao seu ciclo de vida curto, contribuindo ainda para o aumento da biodiversidade, incluindo de predadores de pragas da vinha.

 
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