Higiene das mãos: Uma prática que salva vidas

Artigo de Benedita Silva, Ana Bastos e Joana Silva
Benedita Silva, Ana Bastos e Joana Silva. Foto: ULS Braga

Ana Bastos

EESMO na UCC de Terras de Bouro

Benedita Silva

Enfermeira na UCC de Terras de Bouro

Joana Dias

Enfermeira na UCC de Terras de Bouro

No dia 05 de maio comemorou-se o dia Mundial da Higiene das Mãos, em que se reforça a importância de uma prática simples, mas fundamental, para a sua saúde e bem-estar.

No século XIX, o médico húngaro Ignaz Semmelweis fez uma descoberta sobre a importância da higiene das mãos nas instituições de saúde, ao observar que as taxas de mortalidade de mulheres em maternidades atendidas por médicos eram duas vezes maiores do que nas maternidades atendidas por enfermeiras parteiras. Após investigar essa discrepância, percebeu que os médicos, que realizavam autópsias sem lavar as mãos, transmitiam infeções, enquanto as parteiras mantinham práticas de higiene mais rigorosas. Semmelweis, após implementar a lavagem das mãos entre os atendimentos, observou uma redução das taxas de mortalidade.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a lavagem das mãos é uma das medidas mais eficazes e acessíveis para prevenir a propagação de doenças infeciosas. Assim, a prática adequada de higiene das mãos pode reduzir em até 40% o risco de contrair doenças como gripe, diarreia e conjuntivite. Além disso, a OMS destaca que cerca de 50% das infeções associadas aos cuidados de saúde podem ser evitadas através de boas práticas de higiene das mãos.

A evidência científica demonstra, de forma esmagadora, que a higiene adequada das mãos é a ação isolada mais eficaz para impedir a propagação de infeções. As mãos são o principal veículo de transmissão de microrganismos de um indivíduo para outro ou do ambiente para o indivíduo. Assim sendo, a higienização das mãos é a principal medida de controlo da infeção associada aos cuidados de saúde e com impacto indireto no controlo das resistências aos antimicrobianos.

Quando se frequenta Unidades de Saúde, quer hospitalares, quer dos cuidados de saúde primários, é frequente ver cartazes informativos sobre a importância da Higiene das mãos e quais os momentos mais adequados para realizar esta ação, tendo por base o Modelo dos “Cinco Momentos” proposto pela Organização Mundial de Saúde:

  • Antes do contacto com o doente;
  • Antes de procedimentos limpos ou asséticos;
  • Após risco de exposição a fluidos orgânicos;
  • Após contacto com o doente;
  • Após contacto com o ambiente do doente.

Assim, é provável que, para além dos locais habituais para realizar higiene das mãos, observe também frascos de solução alcoólica nos diferentes locais de atendimento, nomeadamente balcões, salas de espera, gabinetes de atendimento e gabinetes de exames clínicos das diferentes unidades de saúde.

Estes cinco momentos constituem momentos chave na quebra da cadeia da transmissão de infeções, nomeadamente em contexto de cuidados de saúde. Todos os anos, as unidades de saúde, quer nos cuidados de saúde primários quer nos cuidados de saúde hospitalares monitorizam essa prática entre os diferentes profissionais de saúde.

A história de Semmelweis ensina-nos que, mesmo as ações mais simples, como a higiene das mãos, podem ter um impacto profundo na saúde da população. Deste modo, a higiene das mãos é a medida mais simples, eficaz e de menor custo para prevenir infeções associadas aos cuidados de saúde, por isso, da próxima vez que se dirigir a uma unidade de saúde não estranhe se o profissional de saúde que o atender lavar ou desinfetar as mãos em diferentes momentos da consulta. E se não o fizer, peça-lhe por favor para o fazer! Está a cuidar de si e da sua família, cumprindo os cinco momentos da Higiene das Mãos definidos pela OMS!

 
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