Quatro anos depois, terminado o interregno por causa da pandemia, a Feira da Foda está de regresso a Pias, no concelho de Monção, entre 17 e 19 de março.
A organização do evento, que promove o típico Cordeiro à Moda de Monção (designado popularmente como Foda à Monção), divulgou hoje o programa das festividades, que conta, entre outros, com concertos dos Sons do Minho e Hélder Batista.
Com a finalidade de manter a “qualidade e a garantia da genuinidade deste prato histórico e tradicional”, a feira é organizada pela Confraria da Foda e Junta de Freguesia de Pias, com apoio da Câmara Municipal de Monção e patrocínio de diversas empresas da região.
Haverá demonstrações de tosquias e muita animação popular, com ranchos folclóricos, grupos de bombos e concertinas.
Porquê “Foda à Monção”?
O Cordeiro à Moda de Monção foi vencedor do Concurso Nacional “7 Maravilhas à Mesa” e é um prato tradicional da Páscoa. A sua confeção, em alguidar de barro e levada ao forno de lenha, vem de tempos ancestrais, tendo atravessado gerações de cozinheiras monçanenses.
“O nome artístico, digamos assim, reflete bem o caráter afável, folião e bem-disposto dos monçanenses”, refere a Câmara de Monção, numa comunicação em que explica a história daquela iguaria.
Reza a história que os habitantes do burgo, que não possuíam rebanhos, dirigiam-se às feiras para comprar o animal. E, como em todas as feiras, havia de tudo, bons e maus. A verdade é que os produtores de gado, quando o levavam para a feira, queriam vendê-lo pelo melhor preço.
Desta forma, nas semanas anteriores, para que os animais parecessem gordos, punham-lhes sal na forragem, o que os obrigava a beber muita água. Na feira, onde os ditos eram comercializados, apareciam com uma barriga cheia de água e pesados, parecendo realmente gordos.
Os incautos, que não sabiam da manha, compravam aqueles autênticos “sacos de água” e, quando se apercebiam do logro, exclamavam à boa maneira do Minho: Que foda! O termo tanto se popularizou que o prato passou a designar-se, por estas bandas, como foda. De tal modo que é frequente, pelas alturas festivas, como a Páscoa, ouvir dizer: “Ó Maria, já meteste a foda?”.