UMinho está fazer estudo inédito dos relógios de sol e já catalogou 150 no distrito de Braga

Objetos eram muito utilizados para identificar as épocas de plantio e colheitas
Uminho está fazer estudo inédito dos relógios de sol e já catalogou 150 no distrito de braga

Uma equipa coordenada por professores da Escola de Ciências da Universidade do Minho (UM), a par de alguns cidadãos, está a inventariar os relógios de sol da região do Minho, anunciou hoje a instituição de ensino superior.

Em comunicado, a UM diz que se trata de um trabalho inédito, que decorre há um ano e já permitiu a catalogação de 150 relógios de edifícios públicos e privados, como a Sé de Braga e o Mosteiro de Tibães.

Três dezenas destes instrumentos científicos, considerados objetos de arte, podem ser apreciados até 8 de janeiro de 2023 na exposição “Relógios de Sol”, no Museu dos Biscainhos, em Braga.

Uminho está fazer estudo inédito dos relógios de sol e já catalogou 150 no distrito de braga
Foto: UMinho
Uminho está fazer estudo inédito dos relógios de sol e já catalogou 150 no distrito de braga
Foto: UMinho
Uminho está fazer estudo inédito dos relógios de sol e já catalogou 150 no distrito de braga
Foto: UMinho

“Sentimos necessidade de inventariar este património, que, além da dimensão científica, tem uma dimensão histórica e artística, mas também muito turística, pois poderemos definir percursos de relógios de sol na cidade ou até na própria região”, refere a professora Elfrida Ralha, do Departamento de Matemática da Escola de Ciências da UM.

“Um relógio de sol é o único que nos diz a hora exata, pois o que temos no pulso tem uma hora média, fixada pelos meridianos. O meio-dia em Braga não é o meio-dia de Lisboa ou de Faro, porque o sol movimenta-se”, acrescenta a docente.

Relembra que estes objetos eram muito utilizados pelos antepassados, por exemplo, para identificar as épocas de plantio e colheitas. “Serviam para as pessoas saberem se estava na hora de mudarem os cursos da água para os campos dos vizinhos, de irem almoçar, rezar ou voltar para o trabalho. E podiam ser crianças de 5 anos que iam ler as horas nestes relógios”, resume Elfrida Ralha.

Falta a catalogação nacional

Em Portugal, há trabalhos recentes sobre os relógios de sol, mas ainda não existe uma base de dados nacional com a sua catalogação. Em muitos destes objetos encontram-se divisas (frases), muitas delas em latim, de natureza religiosa/filosófica (apelam ao nascimento e à morte no contexto do nascer e pôr do sol), política ou pedagógica (tornaram-se provérbios).

Na inauguração da exposição “Relógios de Sol”, a Escola de Ciências da UM promoveu também duas palestras, que contaram com mais de meia centena de participantes: “General Pereira do Vale. Da matemática à história, da artilharia à engenharia e… aos relógios de Sol”, proferida pelo secretário-geral da Comissão Portuguesa de História Militar, coronel Borges da Fonseca; e “Sol, que horas nos dás?”, pelo professor e diretor do Observatório Geofísico e Astronómico da Universidade de Coimbra, João Fernandes.

A exposição inclui peças dos concelhos de Braga, Amares, Barcelos, Celorico de Basto, Fafe, Guimarães, Póvoa de Lanhoso, Terras de Bouro e Vila Verde.

É produzida pela Escola de Ciências, com curadoria de João Cabeleira e Elfrida Ralha, tendo a parceria de Centro de Matemática da UM, do Laboratório de Paisagens, Património e Território (Lab2PT), da Fundação para a Ciência e Tecnologia, da Rede Casas do Conhecimento, do Município de Braga, do Planetário – Casa da Ciência de Braga, do Museu dos Biscainhos e da Direção-Regional de Cultura Norte.

Pode ser vista até 8 de janeiro e a entrada é gratuita. A ECUM tem ainda prevista a construção de um relógio de sol na cidade, em parceria com o Município de Braga.

 
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