O presidente da Câmara de Guimarães, Domingos Bragança, recuperou a ideia de fazer uma cobertura sobre a rua de Santo António, em resposta a uma intervenção da presidente da Associação do Comércio Tradicional de Guimarães (ACTG), Cristina Faria, que peticionava no sentido de o Município não avançar com o projeto de encerramento das ruas do centro ao trânsito.
Anteriormente, a ACTG tinha dirigido uma carta ao presidente acompanhada de um abaixo-assinado que reuniu 177 assinaturas contra o fecho das ruas do centro ao trânsito, entre 187 comerciantes contactados. Esta iniciativa surgiu na sequência das declarações do presidente da Câmara anunciando a vontade de ter a alameda de S. Dâmaso, o Toural e a rua de Santo António sem carros até ao final de 2023.
Presidente quer dar prioridade aos peões
“Não queira ficar conhecido como o presidente que destruiu o comércio tradicional”, alertou Cristina Faria, dirigindo-se a Domingos Bragança. O presidente reiterou o projeto de pedonalização da parte central da cidade e lançou a ideia, já em tempos falada, de cobrir a rua de Santo António. “As políticas públicas são para dinamizar o comércio”, afirmou o presidente. “Todas as cidades que condicionaram a circulação automóvel nas ruas principais ganharam vida, em comunidade, no comércio e nos serviços”, acrescentou. O presidente informou que a Divisão do Centro Histórico está a trabalhar numa intervenção minimalista na zona que vai da alameda de São Dâmaso, passa pelo Toural e se prolonga pela rua de Santo António, para colocar as ruas à cota do passeio. O objetivo é criar a “perceção de que é dada prioridade ao peão”.
Os comerciantes temem ficar muito tempo sem fazer negócio
As obras, numa altura em que se prevê uma recessão, são outra das preocupações dos comerciantes. Cristina Faria fala em “reduções de 50 a 60 por cento das vendas, neste momento”. A ACTG teme que, com os atrasos que as obras estão a sofrer, muitos comerciantes passem longos meses sem fazer negócio.
No entender da ACTG, o fecho do trânsito no centro deve depender da criação de estacionamento de proximidade em quantidade que sirva as pessoas que querem fazer compras nas lojas do centro. “O parque de Camões tem 439 lugares, mais de 220 são avenças. A partir das 10:00, de manhã, raramente se arranja um lugar”, critica.