Faleceu esta manhã em Braga um homem com cerca de 40 anos, o sem-abrigo conhecido como Poeta e que levava a vida na Rua Bernardo Sequeira e na zona de Santa Tecla, a ajudar a arrumar carros e a transportar compras que os cidadãos da zona faziam num hipermercado local.
Natural da Póvoa de Lanhoso, o malogrado cidadão tinha essa alcunha, devido ao facto de ter por hábito, quando alguém com ele mantinha dois dedos de conversa, o de declamar poesia.
Um morador da zona disse a O MINHO que o sem-abrigo era um homem afável, educado e com alguma cultura e que se caraterizava pela simpatia no trato, nunca mostrando má cara a quem lhe recusava (ou não tinha) uma “moedinha”. E conhecia os moradores da área, muitos deles pelo nome.
Foi encontrado esta manhã, ainda vivo, mas já em estado grave, pela equipa de rua da Cruz Vermelha de Braga que o acompanhava diariamente, no colchão onde dormia numa das pracetas daquela artéria. Chamado o INEM foi transportado para o Hospital de Braga onde faleceu pouco depois. O Poeta tinha contraído a covid-19, o que, tendo em atenção que padecia de algumas doenças graves, lhe foi fatal.
Apesar da sua bonomia, foi vítima de uma das pragas da era em que vivemos, a toxicodependência.