A familia de Carlota Silva, natural de Vila Nova de Sande, Guimarães, já está a preparar as malas para viajar até à Tailândia, onde a menina de nove anos será sujeita a uma terceira ronda de tratamentos, depois de duas estadias no Hospital Better Being, em Bangkok, nos anos de 2017 e 2018.
Graças a diversos eventos e à generosidade de muitas empresas, famílias e até da comunidade emigrante, a família conseguiu juntar os 23 mil euros necessários para completar o valor de 43 mil, de forma a conseguir passar 20 dias na Tailândia para tratamentos com células tronco e outras terapias.
Nas redes sociais, a mãe, Sónia Silva, deixou um agradecimento coletivo e lembrou os momentos difíceis, destacando “o rosto e o sorriso da nossa princesa” que “foram muitas vezes o único alimento capaz de nos reerguer”.
“O vosso apoio incondicional, as palavras de carinho que nos deram, a força que nos transmitiram e as ajudas que nos fizeram chegar, das mais variadas formas foram fundamental para este tratamento ser possivel”, salientou Sónia.
“As pessoas que acreditam na nossa princesa assim como nós acreditamos têm todo o nosso respeito e eterna gratidão, pois por muito que a gente vos agradeça nunca será suficiente”, acrescentou.
Conforme noticiou O MINHO em abril deste ano, a Carlota devia ter feito este tratamento em 2020, mas com o covid-19 foi impossível angariar tanto dinheiro. Diga-se que o próprio hospital esteve encerrado durante mais de um ano, por causa da pandemia.
Em 2017 e 2018, Carlota Silva fez duas introduções de células tronco num hospital na Tailândia, para tentar minimizar os efeitos da paralesia cerebral que a afeta desde nascença – depois de ter sofrido um AVC ainda no útero -, e de ataques epiléticos, uma vez que também padece do síndrome de West.
De acordo com o manual médico MSD, as células-tronco “são células não diferenciadas com o potencial de se tornarem um dos 200 tipos de células no organismo, incluindo as células sanguíneas, as nervosas, as musculares, as cardíacas, as glandulares e as de pele”.
Ou seja, podem ser estimuladas a converter-se em qualquer tipo de célula, dividindo-se já com a nova “especialidade” associada, transformando-se num único tipo. Estão a ser utilizadas para tratar lesões da medula espinhal, do Parkinson ou de diabetes.
Sónia Silva explicou que este tipo de tratamento trouxe alguma felicidade à menina, que foi pioneira em Portugal na deslocação a este hospital. Recentemente, outras crianças com paralisia ou problemas graves recorreram aos serviços do Better Being, dando depois continuidade aos tratamentos em Portugal, embora a duração de efeito das células tronco dure aproximadamente seis meses no seu período mais ativo.
Sónia salienta que Carlota, então com 4 anos e meio, conheceu melhorias logo ao fim do primeiro tratamento, pois não andava nem falava.
“No primeiro [tratamento] já veio de lá [Tailândia] com umas talas, porque este tratamento é muito complexo, fazem introdução de células tronco pela veia e pela medula, e depois tem também terapias associadas, como câmara hiperbárica, que aqui só conseguimos na Marinha, em Lisboa”, refere a mãe.
Muitas das terapias são feitas em Portugal, como é o caso da alimentar ou da acupuntura, mas a necessidade de regressar ao tratamento ‘estaminal’ é sempre uma esperança para as crianças e para as famílias.
A partida para Bangcok está marcada para o próximo dia 21 de junho.
Se quiser contribuir para a ‘causa’ da Carlota, pode efetuar transferência para as seguintes contas:
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