Macron diz que “o pior está para chegar” após telefonema de Putin

Guerra na Ucrânia

O Presidente russo Vladimir Putin disse hoje ao seu homólogo francês Emmanuel Macron que a recusa de Kiev em aceitar os termos pretendidos pela Rússia significará a continuidade da operação militar na Ucrânia. De acordo com o Governo francês, “é esperado que o pior esteja ainda por chegar”.

Segundo o The Guardian, que avança a informação, foi Putin quem ligou a Macron, numa conversa que durou cerca de 90 minutos, e onde o governante do Kremlin afirmou que o exército russo está “preparado para ir até ao fim” na operação.

Putin terá voltado a reafirmar que o objetivo da Rússia é “neutralizar, desmilitarizar e desnazificar” a Ucrânia. E, para isso, terá dito Putin, apenas o “controle total” daquele país o permitirá, seja por via diplomática ou por via militar.

De acordo com o Governo francês, Macron terá advertido Putin que este está a cometer “um grande erro” que vai custar muito à Rússia a longo prazo.

“Nada do que o Presidente Putin disse nos descansou”, disse Macron, acrescentando que o russo “está a mentir a si próprio” e que o país dele ficará “isolado, enfraquecido e debaixo de sanções durante muito tempo”.

Recorde-se que ucranianos e russos estão reunidos, numa missão diplomática, para tentar chegar a um entendimento. A reunião decorre no país vizinho de ambos, a Bielorússia, que tem assumido uma posição favorável a Putin, permitindo que as tropas russas entrassem na Ucrânia através das suas fronteiras.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já causaram mais de um milhão de refugiados, que fugiram para a Polónia, Hungria, Moldova e Roménia, entre outros países.

O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a “operação militar especial” na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.

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